Já havia me interessado muito por este filme ao ler o relato do viajante Guilherme Cavallari pela Patagônia chilena e argentina. O livro homônimo – com o subtítulo “Pumas não comem ciclistas” – é extremamente delicado, profundo, pontuado de reflexões sobre o ato de viajar e como mochilões podem ser uma metáfora da nossa curta existência sobre a Terra.
Conhece algum ônibus circular que te leva para a cratera de um vulcão de 3km de diâmetro com um baita lago dentro?
Nós voltávamos de Baños, no leste do Equador, e pegamos um transporte até a cidade de Latacunga, para de lá tomarmos um ônibus circular bem simples que viaja por uma estrada maravilhosa e perigosamente estreita, circundando grandes montanhas até chegar à comunidade de Zumbahua. De lá percorremos mais alguns km e descemos na comunidade próxima do vulcão extinto junto com crianças que voltavam da escola.
O que sabemos sobre a América Central, nossa vizinha de raízes indígenas e de língua hermana? Para tentar conhecer melhor esses países acima da linha do Equador, o autor do livro equipa a sua bike e coloca o pé na estrada.
Conforme vai compondo a sua rota, Carlos André Ferreira traça reflexões sobre a situação social dos lugares por onde passa, inclusive tecendo paralelos com o Brasil. E, como bom viajante, mergulha nas culturas locais, conversa com os nativos, tenta viver ao máximo a sua experiência, acompanhado sempre por sua magrela.