Muitos brasileiros não fazem ideia do que seja o Sargaço (ou Sargazo em espanhol) e muito menos que ele pode deixar seu mochilão ou férias no caribe com uma cara bem feia: praias marrons, fedidas e impossibilitadas de nadar. Hora de saber o que afinal é e como planejar antes de ir…

Pra começar, o sargaço é uma alga marrom natural no mar e conhecida desde as grandes navegações. Há inclusive um grande pedaço do Atlântico norte entre o México e a Europa em que existe o “Mar de Sargaço”, conhecido pelos navegadores europeus de séculos passados. Uma extensa área em que o sargaço sempre se aglomerou naturalmente devido as correntes marítimas.
Porém, desde 2016 que o sargaço começou a aumentar sua colônia exponencialmente e a invadir centenas de praias que vão do norte de Quintana Roo no México até a Venezuela, passando por Cuba, Miami e várias ilhas caribenhas como San Andrés (onde vimos um pouco em 2016).

O que já se sabe é que o Brasil provavelmente venha a ser o responsável por isso. Ué, mas como? Não faz o menor sentido! Faz sim. O sargaço se desenvolve através de compostos orgânicos que se tornam alimento no mar e atualmente já se tem mapeado um segundo Mar de Sargaço, este recente, que fica bem em frente ao Brasil, há algumas centenas de quilômetros do delta do Rio Amazonas.

Tá, o rio sempre esteve lá, por que isso agora? Bom, o rio sempre esteve lá, a novidade é que o que ele tem carregado em suas correntezas é mais novo e em crescimento vertiginoso: fertilizantes e outros compostos orgânicos oriundos da agricultura em larga escala que invade a floresta e desemboca em seus afluentes.
As correntes marítimas então fazem o trabalho de arrastar o sargaço acumulado para o caribe, não adentrando, por exemplo, no Golfo do México, também devido as correntes. E isso é uma dica valiosa.
A partir do momento em que você sabe de onde vem, você pode traçar estratégias de combate e de turismo (caso você seja o turista). Então saiba algumas dicas para evitar o Sargaço antes da sua viagem!
Dicas
1 – Consulte os sites: https://viagemcaribe.com/boletim-do-sargaco-em-cancun-e-regiao/ e observatório ciudadano de sargazo no facebook para ter notícias atuais sobre a situação.
2 – Entenda o movimento das correntes marítimas para entender que praias apontadas para o LESTE (onde o sol nasce) possuem maior probabilidade de conter sargaço. A maioria das praias de Tulum, Playa del Carmen e Cancún estão nesta situação.
3 – Se for para ilhas aproveite as praias voltadas para o OESTE (onde o sol se põem) como ocorre em Cozumel e Isla Mujeres no México e em diversas ilhas de Belize, Honduras e Caribe em geral.
4 – Lugares bons para se fugir do sargaço no México são Playa Blanca e Holbox (vide o link que fizemos explicando sobre este lugar -> https://dandoumpulo.com/2018/08/21/ilha-holbox-mexico/)
5 – Evite perguntar isso a agentes de viagem e empresas do gênero pois sempre irão querer vender. Busque em site de notícias confiáveis e quando já estiver na cidade veja com guias e pessoas que moram na cidade, estes costumam ser bem sinceros.

Mas caso esteja indo para Cancún e região, saiba que o caribe mexicano (e o de outros países também) vai muito além das praias azul turquesa. Claro que são o chamariz, mas se souber se esquivar do sargaço, encontrará as praias azuis, os incríveis cenotes, museus, ruínas e cidades incríveis, além do povo que sempre é especial em cada viagem.

Outro pedido é para que você não demonize as inocentes algas marrons que estragam seu dia na praia. Claro que não são lá muito bonitas, mas são parte da natureza e o desequilíbrio é obra mais humana mesmo. Se por um lado ela prejudica em excesso na praia a vida de corais, peixes, aves e claro, turistas, por outro lado ela gera empregos. Há até quem ganhe dinheiro construindo tijolos, elaborando biofertilizantes e outras coisas mais com a alga marrom. Esse é o lado bom dos humanos…
