Mochilão Peru e Equador

Esta é uma viagem de 25 dias, realizada em janeiro de 2015. Quando decidimos conhecer o Peru e o Equador (dando um pulinho na Colômbia), não nos informamos com antecipação sobre rotas de ônibus. Assim, comprei ida e volta de Lima, achando que seria possível fazer todos os caminhos de ônibus. No entanto, de Cusco para Quito, por exemplo, são três dias de viagem! Para fazer render o tempo, acabamos apostando em mais voos (inclusivo escrevi essa primeira parte do post do aeroporto, esperando meu avião para Quito).

Dia 03/01/2015 – Chegada em Lima (Miraflores)

Li muitos relatos no Mochileiros dizendo que os arredores do aeroporto Jorge Chávez são perigosos. Por isso, acabei optando por combinar antes, por email, o traslado com a empresa Lima Mentor. Sai USD 30 até Miraflores, para até três pessoas, com adiantamento de 50% do pagamento (usei o Pay Pal). É caro, mas dentre as empresas oficiais de traslado, foi o mais em conta que encontrei. O email deles é: cynthia@limamentor.com.

Como precisávamos de um hostel apenas para deixar as malas e tomar banho, escolhi o mais barato do Booking: o 2 Hostel Circus, que cobra 7 dólares por pessoa. O nome Circus é bastante apropriado, pois o hostel é uma palhaçada ::lol4::
Como diria Renato Russo: “lugar estranho com gente esquisita…”. A localização é ótima, mas o lugar é muito sujo e as pessoas que nos atendiam estavam sempre drogadas. Não recomendo.

Passamos toda a tarde caminhando pela orla da praia: Shopping Larcomar, Parque del Amor… Chegamos a descer para a praia, mas não compensou. A vista é mais bonita de cima (e como é praia de pedra, acaba não sendo muito convidativa). O pôr do sol é fenomenal.

Lima, na parte do bairro de Miraflores, me pareceu muito segura, organizada, limpa… Dá para desbravar a região a pé tranquilamente ::otemo::

De noite, pegamos nosso ônibus da Oltursa para Trujillo. Os ônibus deles são muito bons, com tela para ver filmes individualizada, lanchinho e etc. Aliás, a segurança das empresas maiores de ônibus no Peru me surpreendeu: é o mesmo esquema de controle dos aeroportos, ou até mais intenso. No entanto, só comprei a passagem pela Oltursa porque não tinha poltronas insuperables na Cruz del Sur. A empresa de ônibus Cruz del Sur oferece algumas poltronas com um desconto ” insuperable”. Mesmo com quase 7% de IOF, compensa comprar pela internet para garantir os melhores preços. São poucas poltronas; tentar ir até o guichê contando com esse desconto é arriscado. Para terem uma ideia do que estou falando: cheguei a pagar 29 soles em uma viagem de 9 horas, semicama, com lanchinho – o preço original era 100 soles.

 

04/01 – Trujillo e Huanchaco

Depois de uma viagem de cerca de 9 horas, chegamos a Trujillo. Pegamos um táxi (são um meio de transporte relativamente barato) rumo a outro hostel que reservamos via Booking: o My Friend Surf Hostel. Os donos são super atenciosos, é pertinho do mar e o restaurante deles também é ótimo. A diária é de apenas USD 6 por pessoa.

Pegamos uma van (custa entre 1,5 e 2 soles) que nos deixou na frente de Chan Chan. Lá formamos grupo com 2 argentinos para dividirmos o valor da visita guiada, que ficou em 10 soles por pessoa.

Chan Chan é um prato cheio para quem gosta de história. Ficávamos imaginando como seria habitar aquele lugar há centenas de anos atrás… E é muito importante conhecer as outras raízes do Peru, além da cultura inca, para não cairmos no estereótipo de que a arqueologia peruana se resume a Machu Picchu.

Seguimos com os argentinos para racharmos um táxi rumo à Huaca de La Luna: outro lugar impressionante, com relevos que conservaram sua pintura original. No caso da Huaca, o preço do guia já está incluso no ingresso.

Conseguimos ainda pegar o pôr do sol na praia de Huanchaco (famosa pelos barcos de totora) antes de pegarmos o ônibus da Movil Tours rumo a Huaraz.

05, 06 e 07/01 – Huaraz

Em Huaraz, ficamos no hostel Alpa-K Montanero, bem localizado e com um atendimento muito bom. Tomávamos também um super desayuno americano por 8 soles neste hostel, o que nos dava energia até o final de cada tour. Contratamos os passeios com um vendedor e, pelo que entendemos, não importa a agência que você escolhe, porque acabam juntando todo mundo que contratou os passeios no primeiro busão que aparece. Pagamos 45 soles cada passeio, e demos a sorte de pegar 3 dias de sol em plena temporada de chuvas.

No primeiro dia, fizemos o tour até a laguna Llanganuco, que tem uma cor incrível. O que atrapalhou foram as paradas desnecessárias para comprar sorvete, comer comidas típicas e artesanatos. Na verdade a maioria dos que estavam com a gente eram peruanos, muitos deles muito simples que nunca haviam viajado. Conversamos muito com uma peruana muito simpática, que parecia ser mais velha, mas que com certeza era mais uma aparência de quem trabalhou muito no campo. Ela além de simpática, era super entusiasmada com qualquer coisa, gostava de músicas “de jovens” e sempre nos chamava para conversar.

Outra parada foi em Yungay – que não estava prevista. Yungay é um povoado que se tornou um cemitério gigante, pois uma dezena de milhares de pessoas foi encoberta por uma avalanche depois de um pequeno tremor na região de Huaraz. A neve desceu com tanta rapidez e força que em 10 segundos já havia cobrido tudo, deixando apenas um pequeno monte onde alguns sobreviveram. Isso tudo foi na década de 70, e no dia rolavam jogos da copa do mundo, o que fez com que todo mundo ficasse em casa tentando assistir. Ainda há coisas que ficaram debaixo de tudo, como ônibus, carros, casas e metais retorcidos pela avalanche. Fomos na chuva e o clima era o mais tenebroso possível, acreditem! Pra piorar, o guia era daqueles meio tétricos que gostava de palavras como: soterrados, degolados, amassados, mutilados e tantas outras que sugerem que alguém sofreu muito e que termine com o sufixo ‘ado’.
Com tantas paradas, mal sobrou tempo para conhecer Llanganuco. Queríamos ter feito o passeio de barco, contornado a lagoa… Talvez compense alugar um carro, tentar ir por conta ou contratar um guia que faça a visita valer a pena.

No segundo dia, Laguna 69. Dessa vez, tivemos até autonomia demais. O motorista estacionou o carro, disse ” vão por aqui e por lá” e nos largou no mato para fazermos a trilha de 16 km a mais de 4000 m de altitude sozinhos. Nem todo o caminho é bem demarcado, e nos perdemos várias vezes. Com o cansaço, boa parte do grupo (formado por nós, dois peruanos, três alemães, um inglês e uma suíça) ou não alcançou a laguna ou teve pouco tempo para aproveitá-la. Também é um passeio que queria ter feito com mais calma, até porque o caminho rumo à lagoa é sensacional e merece paradas para ser admirado. São cachoeiras e montanhas por todo o lado. E mesmo sem chuva, muitos riozinhos para atravessar: um bom tênis impermeável (ou a incrível tecnologia das sacolas de mercado amarradas sobre as meias) faz a diferença.

No terceiro e último dia em Huaraz, fizemos o Pastoruri, que foi bem tranquilo, apesar de estar a mais de 5000 m. Fazer uma parte da trilha a cavalo não é caro (7 soles por pessoa) e ajuda a poupar o fôlego. O caminho até o nevado é muito bonito e interessante para avaliar os impactos do aquecimento global.

Li muito que Huaraz era feia e perigosa, e acabei não reservando tempo para conhecer a cidade, o que foi uma pena. Achei Huaraz muito parecida com La Paz, com seu artesanato, as indígenas em suas roupas típicas… Além disso, o comércio fecha tarde.

Em Huaraz, não deixem de conhecer o Café Andino: a fachada é bem simples, mas o ambiente é super descolado, com biblioteca, espaço para troca de livros, decoração simpática… É um pouco mais caro, mas as porções são grandes.

Dia 08/01 – Ica

Fomos de Cruz del Sur para Lima e de lá para Ica, sempre usando as passagens de preço insuperable. Com todo o deslocamento, chegamos à cidade apenas por volta de meio-dia.

Os hotéis nessa região disponíveis no Booking são muito caros. Por isso, não reservamos nenhum e negociamos um quarto para deixarmos as mochilas grandes em um hospedaje (tipo uma pensão) que fica ao lado da agência de ônibus. De lá, fomos de táxi para o oásis de Huacachina.

Fechamos um passeio nas dunas com buggy, que só recomendo para quem curte altas emoções. O tour já incluía sandboard e paradas para tirar fotos nas dunas.

À noite, embarcamos mais uma vez de Cruz rumo a Paracas, em um trajeto curto de 1 hora.

Vídeo sobre a experiência:
https://www.youtube.com/watch?v=RjAzCBPapMo

Dia 09/01/2015 – Paracas

Ficamos no Backpacker House The Pacific, onde compramos também o tour para as Islas Ballestas e para a Reserva Nacional de Paracas. O hostel é muito bem cuidado, barato e o dono oferece transfer grátis da agência de ônibus.

As Islas Ballestas são um paraíso em matéria de fauna marinha: muitas aves e inúmeros leões marinhos tomando um sol diante das nossas câmeras. O passeio vale muito a pena.

A reserva nacional é gigante, e o tour (65 soles) só permite conhecer uma pequena parte dela. Ainda assim, o pouco que vimos foi o suficiente para nos deixar empolgadíssimos com aquelas praias em pleno deserto.

Vídeo sobre a experiência:
https://www.youtube.com/watch?v=gSv0ch_U8I4

 

Dia 10/01/2015 – Conexão em Bogotá

Não encontramos um voo direto de Lima a Quito, mas demos a sorte de ter uma conexão longa em Bogotá. Assim, trocamos dinheiro no aeroporto e pagamos um táxi rumo ao Cerro Monserrate.

A visão da cidade do cerro é muito bonita, e há uma feirinha de artesanato interessante atrás da igrejinha que fica no topo (apesar de termos achado tudo um pouco caro). É possível escolher entre ir a pé, de teleférico ou de funicular.

Depois, no próprio cerro arranjamos um táxi rumo à região da Candelaria. Passamos por vários museus em prédios incríveis (inclusive o do Botero) e depois seguimos para a praça central. Nessa região encontramos uma realidade bastante parecida com a da região da Sé, em São Paulo: muita pobreza, algumas pessoas aparentemente drogadas, e inclusive fomos seguidos por uma mulher que conversava conosco em tom de ameaça. Demos bandeira nos afastando dos policiais e fotografando com uma câmera grande; é um lugar lindo, mas que merece ser visitado com um pouco de precaução.

Mais um voo noturno e finalmente, Equador.

11/01/2015 – Rumo a Baños (Equador)

Chegamos ao aeroporto de Quito sem saber que ele é um dos mais perigosos do mundo – de fato, o avião “quicou” na aterrissagem… Mas no final, tudo certo (até porque acabamos vindo com a linha que faz voos para Galápagos, bem mais confortável).

Pedimos um café como desculpa para dormirmos no sofá da cafeteria esperando o amanhecer. O problema maior foi dormir sobre as malas, já que o aeroporto de Quito cobra 2 dólares pelo uso do carrinho de bagagens, o que nos recusamos a desembolsar ::bad::

Assim que o sol raiou, pegamos um ônibus que sai do aeroporto rumo a um dos terminais de Quito (o antigo aeroporto). De lá, pegamos um táxi rumo ao terminal do qual saía o ônibus para Baños. Não lembro o preço da passagem, mas creio que eram 5 dólares.

Perguntei em vários guichês em busca de um ônibus sem paradas. No entanto, ainda que tenham me dito que o ônibus iria direto, não creio que exista essa opção no Equador. Para Baños foram várias paradas, sempre com gente entrando, saindo, ou as “mamitas” vendendo almoço (as fritadas, um prato com todo tipo de fritura possível), frutas y otras cositas más.

Outro aspecto cultural que achamos interessante foi a escolha do filme exibido em uma TV velha do busão: um indiano, típico de Bollywood, beem melodramático… :D

Fomos a pé ao Hostal Llanovientos, reservado por email (hllanovientos@yahoo.com) e, com as mochilas, sofremos para subir a ladeira em que ele se encontra. No entanto, chegando lá, que vista! Nosso quarto tinha uma janela bem em frente à cachoeira do centro da cidade ::mmm:

Fomos ao centro em busca de agências, mas acabamos fechando com um taxista para nos levar até a Casa da Árvore, esperar meia horinha e nos levar de volta. Ele cobrou o mesmo preço de uma agência, mas com mais conforto – assim, fechamos com ele o tour para as cachoeiras no dia seguinte.

A Casa da Árvore fica em um local de observação do vulcão Tungurahua, e o preço de entrada é 2 dólares. Além do incrível balanço no precipício, há uma mini tirolesa e muitas vaquinhas pastando. Cenário bucólico, mas com adrenalina no balanço ;)

Vídeo sobre nossa visita à cidade:
https://www.youtube.com/watch?v=X1EzkNCEZRw

12/01/15 – Baños

Fizemos o tour de táxi rumo às cachoeiras, com o taxista fazendo paradas estratégicas e nos explicando um pouco sobre o lugar. Até nossas fotos ele ajudou a tirar! ;)

Fomos na tarabita, uma espécie de teleférico sobre as cachoeiras, e meu namorado fez uma tirolesa superman (de barriga para baixo) por 10 dólares, se não me engano. Depois fizemos a trilha rumo ao Pailón del Diablo, uma cascata realmente impressionante. O lugar todo é bem bonito, com pontes de madeira, cascatinhas ao longo do caminho, mirantes com visões diferentes das quedas-d’água…

Como sobrou a tarde inteira livre, alugamos um buggy e fomos ao zoológico, ao lado de outra cachoeira… O zoo estava fechado e como nos perdemos um pouco (e eu tive de sair e empurrar o buggy na ladeira, para voltar a pegar), acabamos não conseguindo fazer a trilha desta cascata… Mas ainda assim foi divertido!

E como,mesmo depois disso, ainda sobrou um tempinho à tarde, fomos chorar nas agências até encontrar um preço em conta para voltar para a Casa da Árvore. No dia anterior o lugar estava muito cheio, e como dessa vez fomos mais tarde (perto do pôr do sol) conseguimos aproveitar o balanço à vontade e fazer mais fotos.

À noite, ficamos na pracinha da igreja, ainda com a iluminação de Natal. Tínhamos conhecido o local no dia anterior, e visto várias pinturas que contam a história da cidade e do vulcão de um ponto de vista mais místico… Interessante!

Como éramos praticamente os únicos hóspedes do hostel em baixa temporada, aproveitamos ainda o salão de jogos só para nós, com uma vista linda da cidade.

13/01 – Latacunga

Saímos de manhã do hostel e ganhamos de brinde um saquinho com as cinzas do vulcão. Fomos de ônibus à cidade de Latacunga e caminhamos até o hostel, também reservado por email (Hostal Tiana). O mais interessante desse hostel é a localização, pois em todo o resto ele fica a dever…

Como chegamos perto do horário do almoço e já não dava tempo de fazer nenhum tour, arriscamos ir por conta para a Laguna Quilotoa. Foi superfácil de chegar e muito barato… Não há necessidade nenhuma de pagar uma agência.

No próprio hostel nos informaram direitinho – pegamos um ônibus até Zumbahua que parou bem próximo da Laguna (não são muitos horários e nem todos os ônibus fazem o mesmo caminho, então é bom se certificar). Descemos com umas crianças voltando da escola que ficavam rindo,um pouco envergonhadas, desacostumadas com a presença de estrangeiros ::love::

Caminhamos um pouco, pagamos a entrada e descemos a cratera do vulcão… Foram quase 2 horas só para descer, embasbacados com a vista e tirando mil fotos… Para subir, pagamos para ir de cavalo (10 dólares), com medo de perder o bus da volta.

Logo na saída da Laguna há um restaurante, aonde pedimos uma carona (paga) até o local de onde saía o ônibus para Latacunga.

De volta ao hostel, comemos em uma lojinha bem em frente, chamada Cunani. A dona de lá é super atenciosa e os pratos todos simples e deliciosos. Até hoje sonhamos com o quimbolito, um bolo assado na folha do milho… Muito bom!

Vídeo sobre essa experiência:
https://www.youtube.com/watch?v=5Wi30m5iEPk

14/01 – Cotopaxi

Compramos no hostel Tiana o tour para o Cotopaxi, praticamente exclusivo – só nós e o guia. O caminho até o vulcão é bem interessante, cheio de pinheiros, alguns cavalos selvagens, lagunas…

Quando estávamos quase chegando ao refúgio no vulcão, o pneu do nosso carro estourou. A solução? Pegar carona com outro carro, e para caber todo mundo, os guias foram pendurados do lado de fora, em um caminho que beirava precipícios… ::ahhhh::

O carro parou próximo ao refúgio e de lá fomos a pé até o glaciar. A caminhada é puxada por causa da altitude, mas a vista dos paredões de gelo compensa. Não sei como ficou agora, já que alguns meses após nossa visita o Cotopaxi teve atividade vulcânica intensa.

De volta ao hotel, pegamos nossas coisas para ir à rodoviária e pegar o ônibus para Quito.

14, 15, 16 e 17/01 – Quito

Não temos o hábito de ficar muitos dias em uma mesma cidade, mas há muito o que se fazer nos arredores de Quito. Chegamos dia 14 à noite, no hostel reservado via Booking na região de Miraflores, mais cara, porém bem agradável. O hostel em que ficamos era o Travellers Inn.

No dia 15, pegamos um táxi para o teleférico do vulcão Pichincha. O ponto mais alto do teleférico é um lugar muito bonito, e se soubéssemos que lá havia uma trilha até o topo do Pichincha, teríamos levado mais água e roupas para a caminhada.

Recomendo sair do teleférico e pegar um táxi na rua para a Mitad del Mundo, ou fazer o passeio em outro dia. São regiões distantes, e o segurança do teleférico nos indicou um taxista bem vigarista. Quando chegamos à Mitad del Mundo, já estávamos tão estressados com o taxista que mal aproveitamos o passeio.

É tudo bem caro na Mitad del Mundo, porque os museus cobram ingressos separadamente. Há um museu (Inti Nan) onde está a linha verdadeira do Equador, medida com GPS, aonde se fazem experiências científicas que supostamente comprovam a existência da linha naquela região – que nos pareceram um tanto forçadas.

A parte com a linha do Equador falsa é a mais bonita, com o monumento que é símbolo do país. Preferimos a beleza do lugar à precisão científica.

No dia 16, visitamos alguns dos parques da cidade, muito bem conservados e realmente aproveitados como área de lazer pelos equatorianos. Fomos a pé pela região de Miraflores, ainda com trauma dos taxistas.

No dia 17, antes de irmos ao aeroporto, conhecemos um pouco do centro histórico de Quito, confesso que receosos pelas várias advertências sobre a violência do lugar. No entanto, tudo ocorreu tranquilamente: fomos de táxi até o centro, mas fizemos os passeios todos a pé.

O ponto alto do centro histórico é a Catedral Metropolitana, construída no estilo de Notre Dame, mas com gárgulas latinas: pelicanos, tartarugas, lagartos são algumas das esculturas que podem ser vistas. Paga-se uma taxa de 2 ou 3 dólares para subir as escadarias internas da igreja, mas vê-la por dentro, seus vitrais e sinos, é muito recompensador. De volta ao hotel, partimos ao aeroporto rumo a Cusco.

Dia 18/01 – Cusco

Nosso voo, que iria para Lima e de lá para Cusco, foi alterado, com uma conexão extra para Bogotá. Apesar do transtorno de ir até a Colômbia quando se quer ir para o sul do Peru, a Avianca nos garantiu voo de primeira classe (o único da vida) e ainda nos deu 120USD de bônus para usar com passagens aéreas… E com o dólar a 4 reais, é uma pequena fortuna ::Ksimno::

Enfim chegamos a Cusco após muitas idas e vindas. Pegamos táxi do lado de fora do aeroporto mesmo, porque não estávamos conseguindo negociar os preços com os taxistas autorizados. O taxista que nos levou mais em conta ainda deu informações sobre a cidade, sobre os pontos turísticos… Ficamos no The green shelter, reservado via Booking, com uma vista linda, perto da Plaza de Armas e com um café da manhã que justifica a diária, levemente salgada.

Conhecemos os arredores e, na volta, um representante da agência que contratamos para ir ao Salkantay esperava por nós para entregar mapas e todas as explicações sobre o roteiro. Pagamos USD 330 com a Inca Peru Travel, e como fizemos o pagamento antes da alta do dólar, na época não achamos muito caro… Considerando as várias paisagens pelas quais se anda, fugindo muito do roteiro clássico a Machu Picchu, é um investimento que vale a pena.

19, 20, 21, 22 e 23/01 – Trilha Salkantay

Vou copiar e colar aqui o roteiro descrito pela agência, para maiores detalhes. Em resumo, o primeiro dia alterna subidas e descidas por paisagens não muito interessantes (quando comparadas com o resto, lógico). O segundo dia é de matar, só subida, mas são as melhores paisagens (e há a opção de subir boa parte do caminho de mula – é caro, mas não duvide do grau de dificuldade desta subida). E depois de alcançar o Salkantay, é só descida, a ponto de machucar o pé pelo movimento repetitivo. Terceiro dia já é clima de floresta, com visita a lindas termas no final. Quarto dia, trilha pelo caminho do trem, uma paisagem bem legal (dá para ver “as costas” das montanhas de Machu Picchu de lá). E, no último dia, visita guiada às ruínas incas, milhares de fotos e volta a Cusco.

Roteiro da agência – Trilha Salkantay

É uma nova e interessante alternativa que substitui o Caminho Inca clássico e é para quem deseja desfrutar da natureza e da sua biodiversidade, de uma variedade de climas e formosas paisagens glaciais da cordilheira, até chegar a Machu Picchu.

Itinerary
DIA 1: CUSCO – MOLLEPATA – SORAYPAMPA
Sairemos de Cusco entre as 4h30 e as 5h00 da manhã, para nos dirigirmos em ônibus até a localidade de Mollepata (2.900 m. acima do nÍvel do mar), onde chegaremos pelas 9h00, para tomar o café da manhã. Hoje, faremos uma formosa e cênica viagem até Limatambo, com vistas panorâmicas do majestoso nevado Salkantay. No caminho, pode-se apreciar uma impressionante cadeia de montanhas cobertas de neve e o vale do rio Apurimac.
Na chegada, nos encontraremos com o nosso pessoal de logística e carregaremos o equipamento sobre as mulas, para dar início à nossa caminhada até Cruz Pata (3.200 m.a.n.m.). Caminharemos umas 3 horas, passando por tradicionais comunidades andinas como Cruz Pata e Challacancha, onde pararemos pelas 12h00 para o almoço e logo de um pequeno descanso, seguiremos caminhando pelas aldeias de Soraypampa (3.850 m.a.n.m.) e chegando pelas 17h30 ao nosso primeiro acampamento, onde jantaremos e descansaremos.

DIA 2: SORAYPAMPA – CHALLWAY
Após um bom café da manhã, e bastante cedo, iniciaremos a caminhada mais árdua da viagem. Saindo às 7h00, percorreremos o lugar denominado Pampa Salkantay, para logo nos dirigirmos até o lado esquerdo do nevado Humantay, situado junto ao Salkantay e ao meio-dia, estaremos no ponto mais alto (passo Salkantay – Humantay 4.500 m.a.n.m.).
Lá, contemplaremos vistas espetaculares do imponente nevado Salkantay (6.264 m.a.n.m.), conhecido como o segundo pico mais alto da região de Cusco, assim como dos nevados Humantay e Huayanay. Após 1 hora de descanso, almoçaremos na zona denominada Huayrac Punku. Logo, faremos uma caminhada de umas 3 horas até o campo de Rayanniyoc (2.890 m.a.n.m.) ou ao campo de Chaullay (2.920 m.a.n.m.), onde acamparemos a segunda noite.

DIA 3: CHALLWAY – LA PLAYA
Após o café da manhã, sairemos às 7h00, para caminhar durante 5 horas. No caminho, passaremos pelo povoado de Collpabamba, numa região chamada “Selva de Nuvens” ou “Beira da Selva”, onde tem cascatas, árvores frutais, variedade de flora, coca e pássaros. Ali, pode-se observar a colheita da banana, cascatas e, se tivermos sorte, poderemos ver o famoso “Galinho das Rochas”. Logo, almoçaremos em Wiñaypoqo e tomaremos uma hora de tempo livre para descansar. Depois, continuaremos a caminhada por umas 3 horas, até chegar à zona denominada La Playa (2.350 m.a.n.m.), observando uma grande variedade de orquídeas, antes de chegar ao nosso acampamento.

DIA 4: LA PLAYA – AGUAS CALIENTES
Após o café da manhã, ás 7h.30, iniciaremos a nossa caminhada, nos dirigindo até os restos arqueológicos de Llactapata, onde pararemos em um passo de montanha a 2.950 m.a.n.m. Ali veremos alguns rastros da cultura inca e teremos uma vista sobre a montanha de Machu Picchu, assim como de outros cumes da zona e gozaremos de um tempo livre para descansar. Depois, desceremos durante umas 2 horas até a Planta Hidroelétrica de Machu Picchu, a 1.870 m.a.n.m.
Depois do almoço e com o pessoal todo, partiremos às 15h20, no trem que nos levará em 45 minutos ao povoado de Aguas Calientes, a 2.000 m.a.n.m. Opcionalmente, você pode ir aos banhos termais que estão situados a uma distância de uns 10 minutos a pé do povoado. Seguido, jantaremos e nos acomodaremos num hotel.
DIA 5: AGUAS CALIENTES – MACHUPICCHU
Muito cedo neste último día e logo após o café da manhã, pegaremos o primeiro ônibus em direção ao Santuário Histórico de Machu Picchu, onde chegaremos em 30 minutos. A visita guiada durará umas 3 horas e logo depois, teremos um tempo livre para tomar fotos ou fazer a subida até a cume da montanha de Huayna Picchu, a visita do Templo da Lua ou a da Porta do Sol (Inti Punku). Almoço em Aguas Calientes, para logo retornar à cidade de Cusco, onde chegaremos às 20h.30.

Dia 23/01 – Machu Picchu

Fomos no final de janeiro, e por isso quis fazer a Salkantay, porque sabia que a chance de chover e me frustrar com a paisagem era grande – se chovesse em Machu Picchu no grande dia, pelo menos teria a recordação da trilha maravilhosa até lá.

Na noite do primeiro dia de trilha, choveu como se fosse acabar o mundo. Quando acordamos, a grama verde tinha se transformado em quilômetros de neve, empapando os sapatos e gelando as almas (mas, ainda assim, trekking na neve é uma experiência surreal).

A chuva deu uma acalmada na sequência, mas tivemos sérios problemas com os sapatos. Além da neve do segundo dia, há muitas cachoeiras para atravessar em meio à trilha. Minha sorte foi comprar uma meia muito grossa de lã de lhama, o que amorteceu o impacto, pois o solado do meu sapato se desfez com tanta água, machucando muito o pé.

Chegamos em Machu Picchu com chuva de novo, encobrindo as montanhas. No entanto, foi sensacional ver a névoa se dissipando e ter a noção real, pouco a pouco, da grandiosidade da cidade inca.

Recomendo muito subir Huyana Picchu (que tem de ser reservada com

antecedência) – é outra subida feroz, mas a vista é incrível demais.

Dia 24/01 – Cusco

Passeamos um pouco mais pela cidade, conhecemos o Museu de Machu Picchu (o único que decidimos pagar a entrada, já que não compramos o boleto turístico). É bem interessante conhecer o museu após ir às ruínas. Há um senhor no museu que vende instrumentos musicais feitos em cerâmica, iguais aos que foram descobertos em expedições arqueológicas em Machu Picchu.

Descobrimos uma feira de artesanato bem em conta, perto do mercado municipal, e ainda passamos pelo museu do chocolate (que vale mais pelas degustações). Depois, 24 horas de bus rumo a Lima.

Vídeo com o senhor dos instrumentos musicais:
https://www.youtube.com/watch?v=rmeEUjN0bRg

Dia 25/01 – Lima

Ficamos no Youth Hostel Malka porque queríamos ir ao Parque de La Reserva, que é próximo. Fomos no comecinho da noite ver o show de luzes nas fontes, que é divertido. Ainda tomamos um verdadeiro banho em algumas outras das várias fontes que o Parque oferece. Adoramos o passeio e indicamos :)

Abaixo, link com o show das luzes:
https://www.youtube.com/watch?v=D-kjrHDOI0Q

Dia 26/01 – Callao

Fim da viagem com chave de ouro. Pegamos um táxi para Callao (atenção para o fato de que muitos taxistas limenhos não aceitam ir para lá, porque dizem que em Callao os multam por qualquer coisa). Às 11h embarcamos em uma lancha por cerca de 140 soles e fomos nos deliciando com as cenas da vida marinha: pelicanos, pinguins e muitos, mas muitos lobos marinhos, que faziam uma cantoria, uma algazarra… Para nadar com os leões marinhos, assinamos um contrato verbal com o guia, que nos alertou para o fato de que são animais selvagens e que podem atacar, por isso o ideal é entrar e ficar bem paradinho, boiando na água.
Paracas é sensacional… Mas se o seu objetivo for vida marinha, nem precisa sair de Lima. Para uma experiência tão inesquecível, não é um passeio caro (e são animais em seu ambiente natural, o que não faz deste um tour exploratório).
Não deem muita bobeira em Callao… Estávamos tranquilos, vendo o mar, quando trabalhadores da região vieram nos alertar de que a fama da cidade é verdadeira, com muitos assaltos. Aí fomos rapidinho para o hotel, ao aeroporto e para casa, com mais uma experiência inesquecível de mochila.

Abaixo, o vídeo do que foi essa experiência de nadar com os leões marinhos.

https://www.youtube.com/watch?v=XjVMvrwEnww

 

 

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