Sabe aquele filme que você assiste sobre um lugar que você já foi? Pois bem, “Museu”, com o galã Gael García, é um destes que vimos após nossa viagem ao México e, para nossa surpresa, boa parte dele se passa dentro do Museu Nacional de Antropologia da Cidade do México, lugar onde passamos alguns dias conhecendo muito da cultura mexicana em um dos acervos mais grandiosos de toda a América. Esse filme reconta o maior roubo da história do México, com um roteiro bem diferente de qualquer coisa que tenha visto em La Casa de Papel.

Inspirado em uma impressionante história real, “Museu” retrata ficcionalmente o roubo do Museu de Antropologia, na Cidade do México, em 1985. Além da magnitude do furto (foram roubadas peças de imensurável valor arqueológico), o que surpreende é a sua falta de propósito – afinal, com o destaque dado pela imprensa ao fato, os autores do crime não conseguiram repassar as peças adiante.

Para interpretar o protagonista, Gael García recorreu à leitura de Dostoiévski, o que parece plenamente justificável no contexto da trama. Assim como Raskólnikov mata a velha usurária apenas para confirmar que não é um homem comum, o mentor do roubo parece cometer seu ato mais por uma obscena vaidade do que por usura. É preciso lembrar que os dois autores do crime eram de classe média e não tinham nenhum histórico policial anterior. Assim, ainda que não seja o crime perfeito, é uma primeira tentativa impressionante – que revelou, para além de problemas de segurança, a falta de cuidado com a preservação e o entendimento da história no México.

Com uma narração bem construída, o filme vai perdendo força após a cena do roubo em si. O que incomoda não é o fato de o crime não levar a lugar algum, mas o desenrolar da história, que também parece não atender a um propósito. Esperavámos que o filme dialogasse um pouco mais com a história do país e expandisse a discussão para a problemática sociológica. No entanto, mesmo decepcionando ao final, é uma obra que merece a atenção.

O Museu de Antropologia do México é um dos mais incríveis que já visitamos. E aí? Assistiu ao filme? Já foi a esse museu? O que achou? Recomenda algum outro?  Comentários, sugestões… deixa aí pra gente conversar! 😉

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