…e pode ser longe! Você tem medo de voar ou simplesmente conhece um amigo, parente ou conhecido que não viaja para longe pela limitação da fobia de estar longe do chão firme? Vem com a gente aqui dar uma lida neste post com colaboração de nada mais nada menos que: irmã mais velha e mãe do Tück… Elas conheceram Machu Picchu, Arequipa, Santiago, Ushuaya, Chaltén, La Paz, San Pedro de Atacama e vários outros lugares sem voar… e não, elas não montaram a própria kombi e nem saíram de honda biz por aí. Bora ver!!!

Aviso
Este tópico é voltado para viajantes que:
- não julgam – cada um viaja do jeito que acredita ser melhor. Não são todos que tem dinheiro para tudo, não são todos que tem coragem para tudo, não são todos que estão dispostos a abrir mão de tudo. E… respeito é sempre um dos três valores mais importantes para qualquer viajante.
- Caso não se identifiquem com esta modalidade, podem sugerir ou recomendar para aquela sua tia (primo, amigo, vó, pai…) que vive falando “ai como eu queria viajar…” mas não o faz por quê tem medo de avião, ou acha tudo complicado ou etc.. etc.. etc…
- que não estão com pressa, afinal “devagar se vai longe”, ou que pulem direto para o tópico ali embaixo de “como viajar sem avião”;
- gostam de boas histórias de viagens.
Era uma vez…
uma menina, mais velha dos cinco filhos, que sempre gostou de viajar. Ela e as irmãs iam no banco de trás da Caravan cantando alucinadamente (músicas normalmente inventadas parodiando parentes, vizinhos e amigos em letras conhecidas) enquanto os pais iam na frente e os irmãos mais novos no porta mala (você conhece uma Caravan? haha) – lá estava eu – desbravando destinos que meus pais tiravam na ponta do lápis dos mapas estirados no tapete da sala. E lá foram Ouro Preto, Foz do Iguaçu, Paraguai e Argentina, Gramado, Ilha Cumprida e sei lá mais onde porquê eu era o caçula e provavelmente o que mais lembra de menos coisas.

Bom.. eu podia ter respondido o post todo com esse parágrafo acima. Mas ainda não é, embora seja este também um belo jeito de se viajar de uma forma pra lá de aventureira: pega o carro e vai. Sozinho ou com a filharada toda. Quantos hoje não fazem suas kombis e saem por aí desbravando… outros de 4×4, corsa, fusca, moto, bike, carona, … são muitos! Páginas no facebook e canais no youtube não faltam.
Seguindo a história… esta menina que sempre adorou viajar e muitas vezes tocava o terror pra que a viajem acontecesse de qualquer forma cresceu e decidiu com as irmãs desbravar mais além. Começando pelo nordeste foi indo e indo… até que o além mar lhes puxou. E lá estava a conhecer Londres, Paris, Roma, Ilha de Capri… Porém… após uma viagem em Maceió, seu voo deu aquela chacoalhada nada básica mas sem nenhum susto maior. Quem já passou sabe o quão traumatizante pode ser uma turbulência pentelha. Nós, do Dandoumpulo já passamos rumo a Buenos Aires, justamente no primeiro voo do nosso primeiro mochilão… e embora continuemos voando. Não somos os mesmos dentro de um avião depois daquela sensação de montanha russa.
A menina que viajava então, precisou dar uma pausa. E quase na porta do voo para Lisboa decidiu: não vou. E aí começa a história de “como viajar sem avião”? Mentira… ela começou lá com o meu pai na caravan com mais seis tocando o piroco nas infinitas highways made in brasil a impressionantes 100 por hora.
Bom… entre pequenas viagens de carro aqui e ali ela seguia pensando em como resolver essa equação sem ter que montar seu motorhome e nem fazer aulas de mecânica. Nesse meio tempo, minha mãe que andava meio sem viajar (quanto mais a pessoa fica sem viajar, reparem que começa a surgir as frases de: “gasta muito”, “é muito caro”, “muito complicado”, “ah não, to bem aqui”, “adoro ficar em casa”). Quantos já não ouviram isso ou já falaram isso?
Minha mãe, muito pelo contrário não tem muito medo de avião e a outra irmã então a levou para conhecer lugares legais como Amsterdan, Israel, Egito, Jordânia, Chapada Diamantina, etc… Bom, já deu pra ver que aquelas frases pararam de ser ditas e foram trocadas muitas vezes por umas tipo: “vamos ver qual vai ser a próxima”.
Foi nesse meio tempo que a equação foi resolvida. Como fazer uma viagem longe, sem ser você o motorista e conservando um tanto de comodidade? Elas descobriram então um agente (não secreto) que promove viagens longas saindo de Porto Alegre e com um preço que inclui várias coisas. Não… não é uma mochilão livre e ‘artesanal’ mas mostra como você pode adaptá-lo da forma que quiser (ou não…).
Este agente empreendedor e guia chamado Ariel Beck comanda uma das empresas que faz este tipo de viagens – a Maxxi Tours. E foi através deste ‘busão’ que minha mãe e minha irmã mais velha – aquela lá do começo da história – puderam ir para algum dos lugares mostrados aqui embaixo:
Quais destinos são possíveis?
Depende de onde você sai… O Brasil é muito grande e você precisa botar o google em ação pra descobrir se há alguém que faça isso aí perto de você. E não, aqui não é perto. Somos de São Paulo e Porto Alegre é mei longinho…
No caso da Maxxi Tours que foi a que citei, os destinos possíveis até hoje saindo de bus de Porto Alegre são:
- Circuito Inca (Argentina, Chile, Bolívia e Peru);
- Lagos Andinos (Argentina e Chile);
- Patagônia (Argentina e Chile);
- Bolívia (Uyuni, La Paz, Copacabana, Ilha do Sol, Santa Cruz, Sucre…)
- Uruguai
- Pantanal
E pelo que ouvi dizer, outras ideias vem por aí.
Para quem é esse tipo de viagem?
Não é pra quem tem medo de avião não. Essa é apenas uma forma que alguns encontram de resolver esse entrave. Essa viagem geralmente é para quem quer curtir bastante também o caminho e não somente o destino final e leva de boa a ideia de curtir um roteiro já pré-definido. Não há de se ter pressa e no final você acaba fazendo amizades também com quem estava no mesmo barco… digo… mesmo busão!
Sou eu quem faz o meu roteiro?
Não, neste ponto até pode não parecer o mochilão. Mas imagine que sua mãe tem vontade de conhecer Machu Picchu… convenhamos que são poucos os que esperam que sua mãe saia por aí batendo de porta em porta em hostels, listando roteiros e pesquisando passagens com descontos na Cruz del Sur. Aqui no caso o mais importante é a experiência de viajar, conhecendo culturas e ampliando horizontes.
Os roteiros já são pré-estabelecidos por eles, mas são flexíveis.
É igual a CVC ou outra agência grande?
Pelo que vimos não. Sim, há um agente cuidando da parada toda, mas o toque pessoal é muito diferente. Conhecemos viagens a la CVC e outras grande agências e sim são possíveis e podem dar em boa coisa, mas elas tem aquele tratamento mais massificado e até a escolha dos lugares é massificada. Nossa primeira viagem de casal foi nesse estilão… e… é a gente não gosta mas já apoiamos muita gente que decidiu fazer assim.
Quanto custa fazer uma trip dessa?
Não é mais barato do que um mochilão roots, óbvio! Aqui você pode desembolsar de mil e quinhentos até mais de dez mil reais. Se o seu mochilão pra Uyuni deu mais de 7 mil, então você pode considerar recomendar isso para alguém… de boa!
Mas busão não cansa?
Cansa! E muito! Avião cansa! Aeroporto na maioria das vezes é um infinito pé no saco. Andar a pé dá bolha, de bike dá hemorroida, de 4×4 fura teu pneu no meio do nada… É relativo entende? Minha irmã era tão aficionada por avião quando adolescente que ia até Congonhas ficar vendo os vião subir e descer, viajar de busão? Tá louco! … Mas tudo tá sempre girando e nem sempre as coisas ficam do jeito que eram.
E convenhamos, muitos mochileiros vão pra cá e pra lá garimpando busões hahah…
Quanto tempo leva?
Quanto mais longe, mais tempo. E recomenda-se para quem vai tirar férias e curtir com calma. No fim do post, tem o link pro Maxxi Tours e você poderá ver os detalhes…
Mas dá pra curtir mesmo?
Olha, tínhamos esse preconceito antes delas irem a primeira vez. Depois da terceira vimos que também é relativo. Para alguns (tipo nós), fazer um trekking a pé de quatro dias pra Machu Picchu é o que há. Para outros é um terror. Para alguns ir de bus de Santiago pra San Pedro do Atacama (o que fizemos) é de boa e muito gostoso! Para outros é terrível, melhor pegar um voo até Calama. Como disse, elas viram Machu Picchu, Puno, Chaltén, Perito Moreno, Ushuaya, Valparaíso, Torres del Paine, Bariloche, Santiago, La Paz, Lima, San Pedro do Atacama, Arequipa, Punta Arenas… etc.. etc.. etc..

E vocês fariam isso?
Eu e Carina, hoje não. Um dia talvez. Nunca se sabe. Hoje valorizamos algumas coisas no nosso jeito de viajar do qual agora não abrimos mão, mas um dia poderemos ver diferente… e sinceramente, se fizer sentido, não tem problema nenhum ver diferente. Isso é o que as viagens mais nos ensinam. Talvez muitos daqui acompanhem canais grandes como o Saíporaí ou o Viajo Logo Existo. Será que para alguém que já rodou países que não existem não tem graça mais ir curtir as férias num lugar que já foi? Será que tá chato para o casal que viajou de carro o mundo todo viajar agora de avião? Entendem…
Mas afinal, como posso viajar sem avião?
Vamos listar aqui alguns canais que podem te ajudar a responder isso se aproximando mais do seu estilo:
- Busão: Maxxi Tours: Busão com vários destinos e com guia saindo de Porto Alegre / Se você conhece outras agências saindo de outros lugares do Brasil, por favor comente aqui que pode ajudar muita gente que procura e que não acha no google por não saber como pesquisar.
- Carona: Um dos casais mais simpáticos e inspiradores são a dupla dinâmica do Mundo Sem Fim e eles falam sobre isso aqui: Viajando de Carona pela América do Sul
- Bike: Temos um post aqui sobre o livro brasileiro Transpatagônia – Pumas não comem ciclistas e há também o documentário do autor no netflix com o título: “Transpatagônia”
- Moto: É muito mais comum do que parece e tem um mar de dicas aqui: Viagem de Moto pela América do Sul
- Carro: Eles tem muitas dicas: Viajo Logo Existo – Uma volta ao mundo num 4×4 (e alguns aviões). / Ah… você não tem 4×4? Vai no 1.0 mesmo haha: Viajando de Gol 1.0 pela América do Sul
- Barco: No Netflix tem um filme que já escrevemos sobre ele aqui de uma menina de 15 anos que deu a volta ao mundo num veleiro: “Maidentrip”
- A pé: Reporter viaja 7 anos por 32mil km a pé / Você também pode ler o livro “Wild” ou assistir ao filme com a Reese Whisterpoon que ficou traduzido como “Livre”.
- Montar sua kombi: Como transformar sua Kombi num Motorhome com menos de R$3000? / Brasileiro cria e-book ensinando a transformar kombi
Já deve ter entendido agora o porquê de não julgar né?! Viajar é uma paixão mundial, raros são os que não gostam DE VERDADE, poucos o que acham que não gostam e muitos os que amam. O que importa aqui é saber que muitas vezes o importante é ir… e neste caso, independente de como for, ir basta.