Se existisse um lugar para ganhar o apelido de Mochileirolândia, este lugar seria San Pedro de Atacama, no deserto mais árido do mundo. Terra de paisagens fantásticas, observatórios astronômicos dos mais importantes e gente de todo canto do mundo perambulando em um vilarejo minúsculo no meio de um deserto. Para nós este é um dos lugares mais especiais do planeta e vamos dizer aqui o porquê! Simbora!
Onde fica?
Norte do Chile, no deserto do Atacama, ao nordeste de Calama (aeroporto mais próximo) e ao sul da fronteira com a Bolívia (muitas rotas saindo daqui para outro deserto especial: Salar de Uyuni).
Como chegar?
Dá pra vir de avião até Calama, que seria o mais rápido dos trajetos saindo do Brasil. De Bus você pode vir em 24h de viagem desde Santiago (que foi o que fizemos) num trajeto magnífico, ou ainda vindo de Uyuni, Sul da Bolívia, de onde partem vários passeios mais baratos do que o contrário.
Quanto tempo ficar?
Sinceramente, menos de 3 dias já achamos muito pouco. A partir dos 4 dias, quantos você quiser, pois corre o risco de se apaixonar hahah!!!

Quando ir?
É o deserto mais seco do mundo, então chuva dificilmente você vai pegar! Mas saiba que no inverno muita das paisagens poderão conter neve e o frio estará mais intenso. No verão você talvez veja pouca neve, mas o frio continuará presente pois a falta de umidade faz com que a variação térmica seja: com sol = quente, sem sol = frio.

O que fazer?
Tem muita coisa pra você fazer em San Pedro do Atacama. As principais:
- Ojos del Salar;
- Valle de la Muerte;
- Valle de la Luna;
- Geisers;
- Tebenquiche, Ojos del Salar, Laguna Cejar;
- Lagunas Altiplânicas (Meniques e Miscanti);
- Vulcão Licancabur;
- Ruínas;
- Dar uns rolê de bike pra onde quiser;
- Tour Astronômico (é o céu mais limpo do planeta);
- Povoados de Toconao e Socaire;
- O próprio vilarejo;
- Fronteira com a Bolívia, onde pegará passeios para Reserva Eduardo Avaroa e Uyuni.
Faixa de preço?
Você pagará aqui o que talvez pague em lugares mais caros no Brasil, mas não são preços absurdos (como os que encontra na Argentina). Pesquise bem hostels, tours e meios de como fazê-lo. Ah… tem muita agência comandada por brasileiros que podem te auxiliar também!
Porque ir?
Poucos lugares do planeta tem um atmosfera tão agradável em todos os sentidos. Ta, mas é um deserto! Sim, e ele vai fazer você repensar tudo o que já ouviu falar sobre essa palavra. Descobrirá que tem muito mais vida do que se pensa, muito mais alegria do que se pensa e principalmente, muito mais beleza do que se pensa. Aqui também é terra de viajantes e você poderá encontrar gente bacana de todo quanto é lugar do mundo reunidos em um lugar muito pequeno, feito praticamente só pra viajantes de todos os tipos, logo, uma mochileirolandia! E se você gostar de fotografar, além das belezas já listadas, você poderá talvez tirar a sua melhor foto noturna já feita na vida, conseguindo captar talvez a via láctea com ajuda de uma câmera de nível médio pra cima.
Como foi nossa passagem por lá?
Chegamos de manhãzinha em San Pedro (havíamos saído de Santiago às 11 da manhã do dia anterior), pegamos as mochilas e fomos andando até o hostel, também comprado pela Decolar (Hostal Ayllu). Não compensa pegar táxi, a “rodoviária” (entenda-se casinha no deserto) é bem perto das ruas principais de San Pedro (Caracoles e Toconao).
Depois nos instalarmos no Hostel, que mais parecia um estábulo (tenho mais motivos para reclamar desse lugar mais pra frente), fomos direto para a agência, que havíamos reservado antes por email (IncaCoya Tours).
Neste dia saímos às 16 horas e fizemos o tour Laguna Cejar + Ojos del Salar + Puesta de Sol en la Laguna Tebenquinche. A Laguna Cejar é muito bonita, tem tanto sal que é impossível afundar nela, é azulíssima e tem como pano de fundo o vulcão. Para tirar o sal do mergulho da lagoa, logo em seguida fomos a outra laguna, só que de água doce (Ojos del Salar), uma lagoa com 17 metros de profundidade (e água doce – ou menos salgada, enfim). Também é muito bonita e o pessoal se divertia mergulhando nela. Caso você não saiba nadar (como eu), uma dica importante: leve água para se enxaguar! Como eu não entrei na laguna doce para tirar o sal, acabei ficando com algumas queimaduras na pele depois…
Por fim, a Laguna Tebenquinche era muito bonita também, apesar de ser extremamente rasa (mal dá para molhar o pé). Lá é um bom lugar para tirar fotos com perspectiva. O pôr do sol no deserto é sempre incrível, foi de aplaudir (e assim o foi pelo pessoal que estava lá). Um passeio que vale super a pena.
Dia seguinte saímos às 7 da manhã do hostel para o seguinte programa: Lagunas Altiplanicas (Miscanti y Miñiques) + Salar de Atacama (Laguna Chaxa) + Pueblo Socaire + Pueblo Toconao.
A Laguna Chaxa é cheia de flamingos, mas deve ser vista antes da Laguna Colorada da Bolívia (ou perderá toda a graça, visto que a quantidade de flamingos bolivianos é muito maior). As Lagunas Altiplânicas são realmente incríveis, uma paisagem absurda de tão linda. Todo o caminho até as lagunas (que ficam a uma boa altitude) também é de paisagens fenomenais. Socaire e Toconao são povoados interessantes, mas perto da cena das lagunas acabam ficando um pouco apagados.
Neste dia, que achávamos ser o segundo de 5 dias que ficaríamos em San Pedro, fomos informados pela IncaCoya Tours que o governo da Bolívia iria fechar a visitação para o Salar de Uyuni em função do Rally Dakar. Se quiséssemos ir para Uyuni, nossa última chance seria partir no dia seguinte.
Tivemos de mudar todos os planos na correria, mas a sorte é que a agência foi super honesta, devolveu todo o dinheiro dos passeios que não faríamos e o pessoal de lá ainda nos ajudou a trocar pesos chilenos por bolivianos. Já no hostal, o papo foi outro.
Passamos o dia inteiro atrás da dona, que não apareceu, não devolveu o dinheiro das noites em que não ficaríamos lá e não deu satisfação. Encontramos muitos brasileiros reclamando da picaretagem da dona do hostal que, por sinal, também é brasileira.
Portanto, minhas dicas são: vão de IncaCoya Tours e pesquisem muito se o Hostal Ayllu melhorou sua forma de tratar a galera. Nesse dia ainda fizemos o Valle de La Luna, com direito a pôr do sol no Valle de la Muerte. Os cânions são muito bonitos, ainda mais alaranjados pela cor do sol se pondo no deserto. Também é um tour que recomendo.
Éramos para ter ficado mais, mas o rally dakar nos atrapalhou muito (não gostamos dele e ponto!) e portanto San Pedro de Atacama ainda está em dívidas conosco! Voltaremos para ficar muito mais tempo, sem dúvidas!
Já foi pra lá? Tem alguma dúvida, escreva pra gente aí nos comentários!

Extra Extra! Do que preciso para fotografar o céu noturno de San Pedo do Atacama?
Primeiramente veja a câmera que você tem, ela precisa dos seguintes requisitos:
- Uma boa lente;
- Foco infinito;
- Tempo de exposição de 20s a 30s ou Bulb (com remoto);
- ISO de 1600 pra cima;
- Um tripé pode ajudar, mas dá pra fazer sem;
- e uma lanterna de mão caso queira por algo mais além do céu estrelado.
Depois você precisará de uma certa paciência e tempo para ficar testando configurações da câmera. Se você nunca o fez ou não entende tanto de fotografia, é bom testar em casa antes de viajar ou em outros momentos para não perder tempo com configurações muito erradas. Saiba que quanto mais tempo de exposição, mais luz entra na câmera e mais coisas do escuro aparecerão, no entanto, quanto mais tempo, menos a câmera pode se mexer e quando digo isso é qualquer mexida mesmo. Mude o ISO, focos da lente, mire a lanterna no que você quer que apareça junto das estrelas (uma árvore, um ônibus, você sem respirar…), teste outras mirabolâncias caso não tenha tripé e acionamento remoto… Vá perseverando!