Escrevo a terceira e última parte do especial “Hora de Partir” exatamente do GRU Airport (Guarulhos) de onde partiremos ao próximo destino do Dandoumpulo. Quer saber onde vamos e como escolhemos? Então vem com a gente aqui…
Quando se pensa em viajar, geralmente já se tem escolhido o destino, correto? Não. Principalmente para quem não tem grana sobrando ou um planejamento a longo prazo ( 1 ou 2 anos).
Quando decidimos pelo nosso primeiro destino, algumas coisas pesaram bastante: custo, informações e sonho. Se por um lado a Carina tinha o objetivo de viajar a algum país que falasse espanhol, por outro eu sonhava em conhecer Uyuni e o Atacama. A vontade de mochilar crescia mas ainda parecia algo distante da nossa realidade e aí entram as informações!
Sites, fórum dos mochileiros e um amigo que conheci ao comprar um Erhu (violino chinês de duas cordas) pelo Mercado Livre. Gustavo Postal é o nome dele e até então era a pessoa mais próxima de mim a já ter feito um mochilão, e justamente para Chile e Bolívia. As fotos inspiraram e as dicas que ele deu através do messenger ajudaram muito! A partir daí a Carina intensificou as pesquisas pela internet e as dúvidas foram sendo sanadas aos poucos, aproximando nos de uma realidade de viajantes mais independentes!
Não queríamos luxo, badalação, compras… Queriamos andar, conhecer z qu nunca viríamos no Brasil, culturas diferentes, língua
diferentes… Era algo de experiência marcante! Aí pesou a escolha dos lugares!
Chile e Bolívia juntos tem cidade grande, desertos, praia, neve, montanhas, salar, lagoas, ruínas e muita coisa além disso tudo! Cultura rica e um povo amavel! E a cada lugar, histórias diferentes com pessoas de todo o mundo. No Peru queríamos experiências diferentes destas e fizemos trekking de 80km (a pé) a 4000m de altitude até Machu Picchu e melhor que isso: descobrimos que o país vai muito além das famigeradas ruínas sagradas dos incas. Nadar com leões marinhos, subir um vulcão, nadar em um buraco de água azul turquesa que não nos permite afundar no meio do deserto, ver obras de Botero ao vivo, interagir com os quatis das Cataratas… Isso é o que buscávamos e que encontramos!
Porém um fator dificulta muito nessas horas e em 2015 foi complicadíssimo lidar com ele: o econômico. Cuidar das próprias finanças já não é simples, ainda mais quando se enfrenta as tempestuosas mudanças econômicas de câmbios. Hoje o real vale pouco e converter pra dólar a R$4,15 não é animador. Esse fator fez com que transitassemos entre diferentes roteiros o ano todo. Iríamos cruzar a América Central, ficou difícil, resolvemos ir do Uruguai ao Chile pela Patagônia, muito caro, decidimos ir ao mais barato então e descobrir novos destinos entre Peru e Bolívia – não conhecemos Colca, Arequipa, ToroToro…
Bom, destino escolhido e o roteiro todo traçado nos mapas e sites. Atrasados ( sempre compramos com meses de antecedência para baratear), era o momento de comprar as passagens, no entanto neste dia, nos 47 do 2º Tempo: tudo mudou. Uma coceira na consciencia fez com que fôssemos ao decolar.com pesquisar o valor para um outro local, por curiosidade apenas, local mais longe e completamente diferente na paisagem. E a descoberta de um valor muito mais em conta para nós! Pronto, a menos de um mês e meio da data, mudamos tudo e decidimos: Cartagena das Índias, Medellín, San Andrés e Providência – Vamos voltar para a Colômbia para um pulo maior desta vez!
O que aprendemos foi o que sempre nos diziam: todo planejamento deve ser bem feito, porém sempre flexível para imprevistos. Nesse tempo ainda vimos o dólar turismo dançar entre 3,80 e 4,50 o que nos deixava sempre alerta em relação ao que daria e não daria para fazer. Para se ter noção, a questão monetária é tão vital que pode fazer com que você vá ao Equador mas não consiga ir a Galápagos (valores muito altos). Infelizmente as vezes conseguimos e as vezes não, mas é nas rotas alternativas que as vezes conseguimos com criatividade ir a lugares tão surpreendentes quanto. Se tivéssemos ido até as ilhas de Darwin talvez não tivéssemos vivido coisas tão bacanas em Banos, Latacunga, Huaraz (Peru).
Assim podemos citar as coisas que realmente influenciam nossos destinos: sonhos (é o que nos move), geografia, cultura e idioma, verba, situação econômica do Brasil e do país que iremos – a Colômbia é um bom exemplo de que se a moeda brasileira vai mal, a deles não caminha diferente, o que torna San Andrés um destino paradisíaco muitíssimo mais em conta que Fernando de Noronha – pesquise agora e verá!
E você? O que te faz ir? Parentes, paisagens, compras, experiências, intercâmbio, fé, aventura…? Seja o que for… Vá! Poucas coisas na vida engrandecem tanto nossa alma como conhecer o diferente. Assim terminamos nosso terceiro post especial “Hora de Partir” fazendo justamente o que este post descreveu. Um ótimo ano a todos e até logo, pois chegou a hora de partirmos para nosso próximo Mochilão, recomeçando de onde paramos em 2015: Colômbia!
Obs. A primeira foto é do exato momento em que comemos a torta de queijo que fiz em casa para economizar no aeroporto de preços sem noção!