Como montar um roteiro?

Como fazemos para mochilar sem agências? E por que preferimos passar perrengue a comprar um pacote turístico? – Essas são duas perguntas que escutamos constantemente e que vamos tentar responder aqui.

Além da questão de ser mais barato, preferimos montar nossos próprios roteiros para fugir da rota convencional de turismo de um país. Quando fomos para o Peru, por exemplo, queríamos conhecer não só Machu Picchu, mas também Huaraz, por exemplo, que é uma região linda, extremamente barata e que está fora do roteiro tradicional das agências no Brasil.

É claro que se você for a uma agência dizendo que quer conhecer o lugar x, eles darão um jeitinho de incluí-lo no pacote… mas cobrarão mais caro por isso simplesmente por ser algo fora da rota, mesmo que seja um passeio muito mais barato do que o padrão.

 

Outro motivo que nos leva a montar nossos próprios roteiros é a liberdade de decidir se queremos ficar 1 ou 10 dias em um lugar. Além disso, gostamos de decidir onde vamos gastar mais – assim, geralmente economizamos ao máximo nos hostels (já dormimos em cabana, albergue sem luz e sem papel higiênico, albergue no meio do deserto, casa da avó do dono do hostel, hostels bonitos e confortáveis… mas nunca em resorts!). Também geralmente excluímos passeios de compra das nossas metas turísticas, e cada vez estamos nos educando mais para trazer menos bugigangas de viagem para casa.

Ok, já listamos alguns dos muitos motivos para montar  próprio roteiro… mas como fazê-lo?

O que você precisa se perguntar antes de montar seu roteiro?

1 – Que lugar quero conhecer de verdade?

Não adapte sua viagem ao dinheiro e sim o dinheiro ao lugar que quer conhecer. Viajar só por viajar é diferente de ter um sonho, de ter uma pulga que te empurra para um determinado lugar. O resto é planejar. Nosso primeiro mochilão foi motivado por Uyuni.

2 – Quanto tempo tenho para viajar?

O tempo sim é um fator bem limitador. Não adianta querer conhecer o Deserto do Atacama, Uyuni e Machu Picchu se você tiver apenas 5 dias para viajar. Veja quanto tempo tem, se tiver um mês de férias inteiro, te aconselhamos, use-os! A sensação de estar viajando perto de um mês é linda! Deixe uns dois dias pra organizar sua rotina depois que voltar e o resto, viaje!!! E pense.. menos é mais! Querer fazer mil coisas com pouco tempo te trará ansiedade e provavelmente frustrações.

 3 – Quanto tenho para viajar? E quanto preciso?

Passagens aéreas geralmente consomem boa parte do orçamento, por isso se puder parcelar ou adiantá-las, faça! Tome cuidado também com as armadilhas dos câmbios de moedas e reze para contar com a sorte do mercado de especulação. Hoje em dia já é provado que tempo e planejamento valem muito mais que dinheiro e que é possível viajar com muito, pouco ou quase nada, veja o que está disposto a encarar e pense: se você mochilar, passará o dia andando, fazendo passeios, trekkings, curtindo por aí e não precisa de um hotel com mil coisas… basta um chuveiro e uma cama.

4 – Como posso fazer para ir para onde eu quero?

Avião, tá bom. E depois? Pesquise empresas de ônibus, se é fácil pegar carona, se tem outros meios mais em conta, de que docs precisa, se dá pra comprar mais barato com promoção (como fizemos muito no Peru)… Aqui que o roteiro pega pois exigirá mais detalhes, mais pesquisa e se possível conhecer melhor a língua local. Faz toda diferença pesquisar no idioma do país para onde vai pois conseguirá informações muito mais precisas.

 5 – Que passeios existem para onde vou? 

A gente não vai só pra ir, a gente quer ir até a cachoeira, até a praia, até a montanha, até dentro do vulcão hahaha… Mas estes lugares as vezes exigem pesquisa também caso contrário você pode se frustrar ou pagar muito mais. Utilize ferramentas da internet para achar passeios, ver o que vale a pena, ver o que é roubada, ver se dá pra fazer de graça o que muita gente paga um monte (como fizemos no Equador quando fomos para o Quilotoa). Ferramentas como Tripadvisor, Booking, Trivago e tantos outros ajudam bastante na hora de pesquisar passeios e hostels, mas outra coisa boa é ler relatos de quem já foi em fóruns super ricos como Mochileiros.com e outros. Informação hoje em dia não é o problema. Aliás a qualidade e a quantidade é o que são. Precisa ter uma ótima peneira!

6 – Como seguir bem o roteiro?

Escreva! Sim, faça ele escrito no word ou qualquer lugar, mas tenha ele escrito e o leve contigo durante toda viagem. Coloque mapas, preços, endereços, documentos e até fotos se precisar… isso te poupará muita coisa e não conte com coisas online pois em muitos lugares não há internet, por isso, escreva e o leve em uma pastinha por exemplo. Mas, não o engesse-o… todo plano só é bom se estiver apto a ser sempre atualizado, remoldado e verificado… flexibilidade sempre vai bem.

7 – Quanto vou gastar por dia?

Essa é uma pergunta que te ajuda a controlar seus gastos. Se pesquisar bem, vai saber quanto custará a entrada naquele museu que quer ir, qual o preço médio de algo para comer na rua ou num supermercado e quanto você gasta no busão ou no táxi. Fazer uma conta simples e ter o resultado de qual a média de gasto te dará um norte muito bom e te evitará surpresas ruins no fim da viagem (embora sempre existam de qualquer jeito hahaha).


Mochilar é algo que exige tempo – não só no lugar para onde se viaja (mochilões costumam ser mais baratos porque o viajante tem mais tempo para se deslocar mais lentamente, como em ônibus), mas também antes dele. Quanto mais você ler em fóruns de viajantes, sites, assistir a vídeos, buscar livros sobre o destino… maior a chance de ele dar certo!

Costumamos pensar nosso roteiro e o investimento que faremos na viagem em quatro categorias: comida, acomodação, deslocamento, passeios.

Comida: se o hostel tem café da manhã, comemos tudo o que tiver na frente, para só voltar a fazer outra refeição maior à noite. Também não é raro que nossas refeições se reduzam a salgadinhos ou tranqueirinhas compradas na rua. De vez em quando até vamos a restaurantes, mas nunca, até agora, gastamos dinheiro para comer em lugares da moda. Ah! Temos outra vantagem econômica: não bebemos! Então aquele dinheirinho muitas vezes reservado pra cervejinha podemos usar em outras coisas. Outro detalhe é que apesar de um gostar de experimentar coisas novas e outros arriscar sempre comer mil coisas com queijo, temos o cuidado de não exagerar ou tomar cuidado com extravagâncias pois nosso foco é conhecer e aproveitar o máximo, ou seja, beber demais, hidratar de menos, experimentar comidas exóticas demais as vezes podem causar aquele resultado que tantas vezes lemos nos posts de outros viajantes: ressacas, piriris, vômitos, alergias e etc…

Acomodação: procuramos hostels em lugares de fácil deslocamento (perto do metrô ou terminal, por exemplo) ou perto dos lugares que iremos visitar, dependendo do que compensar mais. Já chegamos a reservar um hotel, por exemplo, do lado do metrô e depois descobrimos que a região era perigosa, com tiroteios à noite e tudo… trocamos a reserva por um local mais afastado, mas mais seguro! Fazemos as reservas via Booking, filtrando pelo preço e localização (às vezes também filtramos por locais com wi fi ou café da manhã incluso), e sempre olhamos as recomendações dos viajantes sobre o lugar, tanto no Booking quanto no TripAdvisor. Se há reclamações apenas sobre falta de conforto, não ligamos… já quando há reclamações sobre furtos no hotel e similares, vamos para outro lugar. O Booking geralmente exige cartão de crédito para confirmar a reserva, mas é possível cancelá-la, na maioria dos casos, sem nenhum custo. É só ficar atento se o hotel reservado permite ou não  cancelamento gratuito e se cobrará alguma taxa pela reserva.

Deslocamento: usamos ônibus, metrô, trem, cavalo… o que for mais acessível. Gostamos de conhecer o lugar nos misturando às pessoas – assim, preferimos muito mais pegar um ônibus velho, que é o meio tradicional de transporte das pessoas que moram no lugar, do que fazer um city tour em um ônibus panorâmico. Costumamos usar o google street view para ver a “cara” do lugar que queremos conhecer – se queremos ia a pé, por exemplo, mas vemos que se trata de uma região muito isolada ou em lugar que pareça perigoso, buscamos outros meios de deslocamento. Inclusive táxis que no Brasil são caríssimos, mas que em outros países as vezes é uma das formas mais baratas.

Quanto a isso, um caso de sucesso que temos é no Peru, onde a Carina conseguiu comprar pela internet vários tickets de viagens de ônibus leito com preços inacreditáveis na promoção que a Cruz del Sur chamava de Preço Insuperable separado para poucas poltronas do bus. Com isso fizemos trechos enormes (400…700km) pagando algo em torno de 50 reais.

Passeios: uma ótima dica para descobrir os melhores locais para se visitar em uma região são os indicados no TripAdvisor. Há lugares pouco conhecidos que só descobrimos por serem muito bem avaliados lá – como o nado com os leões marinhos em Callao (Peru). Se podemos dispensar agências para fazer os passeios de ônibus ou a pé, não hesitamos em fazê-lo! Porém, sempre há casos em que compensa (ou é necessário) contratar um guia para conhecer o ponto turístico com mais calma e segurança.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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