Tocando o vazio
São comuns os filmes de aventura com histórias aflitivas, muitas vezes baseadas em casos reais. Nesse quesito, pensava que “127 horas” ganhava como obra que mais intensamente explora as agruras da solidão em um combate do homem com o meio.
“Tocando o vazio”, contudo, é um longa que me pareceu ainda mais cruel. O estado a que os personagens chegam, seus atos de moral duvidosos, e o quanto a natureza intervém de forma destrutiva são fatores que nos prendem a atenção, mas também que tornam o processo de assistir à história muito mais dolorido.
A ambientação da trama nas montanhas do Peru relembra os princípios dos povos primitivos da região: para eles, uma montanha era um ser divino, ao qual se faziam oferendas, esperando em troca a paz da natureza. Para os nativos que convivem com avalanches, nevascas, e que conhecem os efeitos da altitude, não é de se estranhar que os montes sejam endeusados. E o par de aventureiros, ao desafiar com audácia a magnitude das montanhas, teve de enfrentar a sua fúria.
Soubemos deste filme graças ao guia que nos levou ao Nevado Pastoruri na região de Huaraz, no Peru. Ele contava que as imagens iniciais do filme eram lindas e que apareciam grandes montanhas peruanas como o imponente Huascarán. Tentamos até achar em algum camelô de Huaraz, mas não teve jeito, quando voltamos pra casa, foi uma das primeiras coisas a fazer: baixar “Tocando o vazio”. Filmão!
IMDB: 8.1 – 101 minutos
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