Mochilão Colômbia

Este é o relato de uma viagem de casal que durou 24 dias, realizada em janeiro de 2016, pela Colômbia e com direito a uma passadinha no Panamá. Mais informações, fotos incríveis em 360 graus e vídeos na nossa página (www.facebook.com/dandoumpulo).

Antes de começar… que fique claro que quebramos alguns paradigmas e mitos sobre viajar barato logo de cara. Com a situação financeira meio instável e o dólar a R$4,20 estávamos um tanto desanimados de que não conseguiríamos ir a nenhum país que não tivesse uma moeda muito fraca. Então estávamos decididos que voltaríamos ao Peru e a Bolívia indo a lugares que não tínhamos ido ainda. Porém… um mês antes… no dia em que compraríamos as passagens no Decolar, em uma conversa descontraída estávamos brincando de ver outros destinos e um de nós disse: “Vê aí quanto ficaria pra San Andrés…”. Pronto. A partir daí tudo mudou e o que parecia meio empacado, fluiu! Vamos continuar de onde paramos: A Colômbia, rumo ao norte!

Isso foi o que gastamos no avião, porém, dessa vez parcelado em 10x. Lembrando que demos azar sobre a alta do dólar bem na nossa época de viajar. Ou seja, você pode ir de avião de forma muito mais barata do que fomos… ou… por outros meios mais aventureiros como umas boas caronas.

2 Adultos R$ 2.214
Impostos e taxas R$ 659
Tarifas R$ 266

Total R$ 3.139

Depois disso trocamos o dólar em São Paulo justamente em um dia em que o dolar deu mais um salto, mas não tínhamos mais como fazer em outro momento. Chegando na Colômbia, trocaríamos por COP (pesos colombianos) no aeroporto de Cartagena onde nos falaram ser mais em conta do que na cidade (mas talvez você possa dar sorte na região do Getsemaní e achar alguns pontos em que está um pouco mais barato). Agora se for para o centro do país, troque em Medellín que é mais barato!!! Bom… horas e horas na madruga do Aeroporto de Cumbica pra embarcar as 2h50… foram horas de frio na barriga, comer torta feita em casa pra não gastar em aeroporto com refri da sobra do reveillón e assistir Chapolin no tablet pra passar o tempo.

Dias 1, 2 e 3 – Cartagena

Chegamos a Cartagena depois de dois voos pela Copa (apesar do check in demorado, a melhor empresa aérea que já pegamos até agora). O voo fez uma conexão muito rápida pelo Panamá – descemos de um avião e já subimos correndo em outro. E uma dica para quem pegar essas conexões malucas da Copa é usar o banheiro do avião mesmo… rs… no Panamá, apesar do aeroporto grande, a fila pra usar a “casinha” é enorme!

Assim que chegamos fomos ao bairro Getsemaní, onde ficava nosso hotel (Maroel). A localização era ótima, o preço acessível (cerca de R$ 70 para cada um por noite), mas o quarto não tinha janelas, era minúsculo e apenas 1 ventilador. Resistimos bravamente, mas quem quer conforto vai ter de pagar bem mais do que isso – a hospedagem em Cartagena é cara. Um jeito de economizar é ficar no Getsemaní, bairro mais simples do que o centro histórico, mas também charmoso, com alguns restaurantes e pracinhas. O pessoal não recomenda andar pelo Getsemaní à noite, mas em alguns trechos o bairro é bem movimentado e não vimos muito perigo.

Saímos do hotel e lá fomos andar por cima das muralhas que protegiam a cidade há mais de 300 anos. Em 2015 já havíamos ido a Bogotá, uma cidade muito semelhante a São Paulo (no lado bom e ruim), porém em Cartagena tivemos nossas primeiras impressões de uma Colômbia bem mais caribenha: nas paisagens, nos ritmos, no povo, nos cenários e histórias…

Caminhamos pelas muralhas até o Café do Mar, para ver o pôr do sol, com direito à salva de palmas no final! Não comemos por lá (que é um lugar caro), só aproveitamos a vista. Depois continuamos andando por todo o Centro Histórico, que ainda tinha a decoração de Natal, uma das mais lindas que já vimos.

Compramos por lá umas arepas por 2000 colombianos (cerca de R$ 3) e mangas com sal pelo mesmo preço. Apesar dos muitos restaurantes caros, há essas opções de comida de rua em Cartagena, que enchem a pança sem esvaziar os bolsos (foi uma das nossas táticas para driblar o dólar nas alturas).

No segundo dia, fizemos o passeio para Playa Blanca, que tradicionalmente é um tour caro. No entanto, do nosso jeito saiu bem mais em conta 😉

Fomos até um posto de gasolina perto do hotel e de lá pegamos uma buseta (é assim mesmo que se fala) para Pasacaballos (pagamos 1800 COP). Como era um domingo, muitos colombianos estavam indo para a praia também – vimos umas meninas de canga no ônibus e descemos junto com elas, para racharmos o valor de um táxi até a praia (saiu 8000 COP cada, mas porque demos a sorte de irmos com nativas… para turista o preço é cerca de 15000 COP, que foi o que pagamos na volta, e depois de chorar para o taxista). De domingo e em período de férias escolares, a praia é MUITO cheia… mas ainda assim não tirou o nosso gosto de ver, pela primeira vez, aquele azul incrível das águas do Caribe. Passamos umas horinhas na praia e fizemos o percurso de volta a Cartagena.

Descemos na entrada do Castillo Real San Filipe, que, apesar de ter uma entrada cara (17000 COP) é um lugar muito bonito, onde fizemos algumas de nossas fotos mais incríveis e de onde tivemos uma visão linda da cidade. O que vale não é tanto a arquitetura do castelo em si (que é linda, contudo), mas a vista panorâmica que ele proporciona (ainda mais linda), e que revela tanto o centro histórico quanto a parte mais moderna de Cartagena. De lá vimos também outro pôr do sol memorável.

No terceiro dia, aproveitamos a cidade pela manhã (que é até bem vazia… em função do calor, Cartagena ganha vida à noite).  No geral, Cartagena não é uma boa cidade para comprar lembrancinhas, a menos que você goste de livros! No Parque Centenario há várias bancas de jornal que funcionam como sebo, e tem muita coisa interessante por lá (apesar dos livros do Gabriel García Márquez serem sempre mais caros que os demais).

A recepcionista do hotel (reconhecemos que, apesar de tudo, os staffs eram muito gentis) agendou uma van da Sol y Mar para Santa Marta. A empresa era bem pertinho do hotel e o preço da viagem ficou 44000 COP para cada um. Poderíamos ter ido até o terminal e de lá pegar um ônibus, mas, por ficar longe do centro histórico, gastaríamos muito com táxi.

O trânsito até Santa Marta é terrível (sempre tem trancón, que é como eles chamam o engarrafamento); assim, só chegamos na cidade à noitinha e exaustos depois de uma van apertada e de um motorista que costurava o trânsito feito louco.

Dias 4 e 5 – Santa Marta

Apesar de ser menos abafada que Cartagena, não espere temperaturas agradáveis durante o dia e, se estiver em um hostal sem ar-condicionado, melhor passar parte da noite pelas ruas movimentadas do centro, próximo ao mar. Ficamos primeiro no Hotel Reposo Suite, que tinha atendentes que mais pareciam enfermeiras mal-humoradas e uma fama de motel no Booking (vimos um casal sendo rejeitado porque estava cheio de hóspedes). Mas, fora isso, era confortável, com ventilador, a/c e TV. Não espere por chuveiros – é um cano que solta água gelada – nessas cidades, até porque você vai rezar para que não tenha água quente. Depois tivemos de ficar em outro hostel (acabamos passando uma noite a mais na cidade, por não conseguirmos dormir no Tayrona), chamado El Éden, com atendimento simpático e um calor dos infernos no quarto (sem janela, como no de Cartagena), porém ambos eram bem localizados. Diárias por volta de 70000COP o quarto pra casal.

A principal atração de Santa Marta (uma cidade de 400mil habitantes a 10 horas da fronteira com a Venezuela, em um dos pontos mais ao norte do nosso continente) é o Parque Nacional Tayrona, que abrange uma grande área de matas e praias superbonitas, também acessível pela cidade Taganga, ainda que não seja a rota usual. Por falar em rota, pegamos um bus na saída de Santa Marta com um motorista maluco que ultrapassava todo mundo na pista dupla. Na ultrapassagem, acabou batendo de lado em uma van que não cedeu espaço. A partir daí foi o maior barraco com policial e tudo… No entanto, serviu para descobrirmos que o busão não ia parar no Tayrona – pegamos um bus turístico mal indicado pelo taxista enquanto queríamos o de linha, que era bem mais barato e que conseguimos pegar na volta. Portanto, se cobrarem muito caro no ônibus para o Tayrona, desconfie – talvez seja o bus errado!

Não sabíamos, mas devido ao mês de janeiro também ser mês de vacaciones escolares na Colômbia, a bagaça estava bem cheia. Uma fila enorme pra entrar no Parque, cheia de mochileiros e pessoas na mesma situação que nós! A diferença é que muitos aceitaram as primeiras explicações dos funcionários, que o parque estava cheio e blá-blá-blá, e foram embora pra voltar dia seguinte. Decidimos ser turrões e ficamos duas horas na fila para enfim conseguirmos entrar, por volta das 11h. De lá pegamos um ônibus (pago, algo como 3000 COP) que atravessa o Parque até chegar no início do sendeiro que pode ser feito a pé ou a  cavalo. Fizemos a pé e levamos 1h até o primeiro local de camping.

Andamos mais meia hora até chegar na Piscinilla, que é uma praia protegida por arrecifes e que não tem ondas, ao contrário da primeira por que passamos, que era linda, mas proibida para mergulho e nado. Infelizmente aqui o sol tinha ficado pra trás e não deu pra registrar a verdadeira cor do mar, que é transparente e ideal para ver peixinhos e algas com um snorkel simples que levamos.

Andamos mais vinte minutos até o Cabo San Juan, onde, além de duas belas praias nadáveis, existem as áreas de camping e as redes para se alugar e passar a noite no alto de uma rocha à beira-mar. Era o que queríamos, mas como chegamos tarde já não havia mais vaga. O jeito foi curtir as praias e voltar em 1h30 de trekking antes do anoitecer. Não é permitido transitar pelas trilhas à noite devido à presença de felinos e serpentes pelo território protegido. Foi bastante cansativo passar 2 horas na fila, 3 horas caminhando e pouco mais de 1 hora nas praias de verdade. Recomendo ir um dia antes para Santa Marta e deixar garantido o ingresso do parque e das redes no Cabo San Juan, que ficam entre as duas praias, em um cenário lindo! Quem sabe um dia voltamos para realizar essa vontade…

Já de noite voltamos ao hostal pelo bus certo (mais barato e seguro) e saímos pra comer pelas ruas agitadas do centrinho histórico. Paramos no La Muzzeria e comemos bem!  Pra melhorar, um trio com um cantor violeiro, um baixista e um backing tocador de bongô estava ao nosso lado tocando clássicos como Chan Chan, Guantanamera, Stand by me e outras mais num som agradabilíssimo. Animados por um casal de colombianos e depois por um de cubanos, fomos dançar também!

Dia seguinte fomos ver o mar de Santa Marta pela primeira vez na luz da manhã e mesmo na cidade há trechos de mar muito limpo e transparente. Há um porto no lado leste e uma marina no lado oeste da praia. Os restaurantes mais baratos ficam justamente em frente à praia, assim como as feirinhas de artesanato e souvenirs. Aqui o clima lembra muito o de praias brasileiras, com exceção de que o mar é muito raso e sem ondas.

 

Horas mais tarde fomos até o terminal para pegar nosso bus até a próxima parada: Medellín (creio que pagamos 150000 COP – preço inflacionado por causa das férias escolares).

Dias 6 e 7 – Medellín

Chegamos a Medellín depois de 15h em um busão desde Santa Marta (viação Brasília) e que trombou de lado com uma van logo na saída do terminal, nos fazendo perder uma meia hora. Foi a segunda trombada de carro em dois dias, o que nos mostrou que o maior problema que iríamos enfrentar na Colômbia seria sempre o medo das estradas (e o medo do ar condicionado absurdamente forte dos ônibus – levem uma boa manta! – e do motorista que escuta salsa no último volume a viagem toda, incluindo as madrugadas). O trânsito na Colômbia não é tão caótico como no Peru ou na Bolívia, mas é o mais desrespeitoso.

Assim que chegamos fomos do nosso hostel Cocoobambo (excelente, bem localizado e relativamente barato – cerca de R$ 35 cada um) até a estação Universidad (é a única cidade da Colômbia com metrô). Descemos no Parque Explora, um museu que reúne salas interativas sobre ciência, história e diversos outros temas. Na parte que fala da capacidade humana de contar e registrar histórias há setores interativos muito legais. Você pode dublar trechos de filmes como Avatar, Star Wars VI, Gato de Botas ou Monstros SA; narrar gols do Pelé, Maradona, Messi…; fazer seu filme, sua manchete de jornal, sua hq, seu grafitte…

No dia seguinte logo partimos rumo ao aeroporto doméstico (para garantir a passagem de teco-teco para a Ilha de Providencia – uns R$300) e lá vimos a estátua de Carlos Gardel, que recebeu essa homenagem após morrer em um acidente aéreo no aeroporto de Medellín. Fomos ainda a uma casa de câmbios e comprovamos que aqui é o melhor lugar para trocar dólares da Colômbia (das cidades que visitamos). Chegamos a ter 100 reais aproximadamente de ganho em comparação com Cartagena.

Daí fomos à estação Parque Berrío para conhecer a Praça Botero com a casa de Cultura ao fundo e o bonito museu de Antioquia. Fernando Botero é com certeza o maior expoente da arte colombiana e logo na entrada já se explica que ele jamais pintou figuras gordas e sim volumosas, pois crê que toda a sensualidade da arte está nas formas e volumes. Além dele há obras de Cano, Picasso, Rodin, Rivera e outros…

Durante o caminho até aí conversamos com um taxista que nos falou de como anda o país ultimamente e parece que vivem sua melhor época, principalmente em relação à paz. Mesmo que ainda haja roubos e coisas do tipo, não chega nem perto da época em que havia a guerra dos cartéis de narcotráfico e da era de conflitos com as FARC. Segundo ele, os moradores de Medellín gostam da atual gestão do país por terem equilibrado as contas e controlado melhor a situação das drogas. Recentemente a Colômbia e a FARC foram a Cuba tratar de um acordo de paz que parece ter dado resultados bons.

Por onde andamos nos sentimos sempre tranquilos e seguros, muito melhor do que vários lugares do estado de São Paulo, por exemplo, e notamos uma polícia muito mais auxiliadora e cidadã. Até estranhamos ver os policiais conversando alegremente, rindo e zoando entre si e apaziguando na base da conversa. No entanto, não é totalmente seguro e como toda cidade grande sul-americana necessita de atenção e cuidados básicos.

Após um café no Café Botero compramos uma lembrança de 10000COP (15 reais) – um cachorro gordinho do Botero para nossa estante – e seguimos para a próxima parada. Ah, não foi a primeira vez que tivemos contato com as obras dele: ano passado terminamos praticamente nossa rota em Bogotá, onde fomos na região da Candelária conhecer o museu com algumas das famosas obras dele, como a Monalisa.

 

De metrô fomos até a estação Aguacatala e de táxi até o Castillo. Um lugar muito bonito e tranquilo com bela vista do alto para a cidade. O Castelo era de uma família de antepassados alemães e hoje pertence a uma fundação privada. Para entrar custa 10000COP e é um ótimo local para piqueniques e para passar a tarde. Dentro havia uma exposição de presépios muito bonitos, além do tour pelo castelo. No lado de fora você pode acabar encontrando com esquilos no caminho.

Medellín é sem dúvida uma cidade muito forte economicamente e culturalmente, próxima das montanhas e com um clima bem agradável. Seus mais de 2 milhões de habitantes fazem que a cidade se pareça bem com São Paulo, só que mais montanhosa e com um tom terroso predominante nas construções de tijolinhos. Provavelmente seus problemas sociais também se parecem com Sampa, mas urbanisticamente parece mais agradável, ao menos a parte que visitamos. Aos que acompanham a série Narcos, do Netflix, com o brasileiro Wagner Moura no papel do terrível e polêmico Pablo Escobar, saibam que a série foi rodada aqui em parte para remontar a cidade nas décadas de setenta, oitenta… Mas que hoje a cidade está em um clima de conquista da paz a muito custo. Embora a figura de Escobar seja icônica e polemizada a ponto de pessoas visitarem e reverenciarem seu túmulo, a cicatriz deixada por ele na vida social foi bem forte e hoje parece servir de lembrança necessária para que se valorizem os tempos de paz.

Dias 8 e 9 – Bate-e-voltas de Medellín (Guatapé / Jardín)

Um dos aspectos que nos levou a ficar 4 dias só em Medellín foi o fato de que,  além de ser uma cidade cheia de atrações por si só, é relativamente perto de outros pontos de interesse. Por falta de informações, acabamos fazendo um passeio meio fuém para a cidade de Jardín (queríamos visitar uma cachoeira linda, a Cueva del Esplendor, mas vimos depois que isso só seria possível dormindo na cidade…). Jardín é uma cidade com uma igreja muito bonita, um clima de interiorzão, e o passeio até as cachoeiras deve valer a pena… mas pra nós acabou sendo um dia meio perdido (achamos que havia tour para a Cueva pela tarde, mas fomos enganados pela pesquisa na internet).

O segundo passeio que fizemos nesse esquema de bate-e-volta, contudo, deu bastante certo: fomos conhecer a linda Guatapé.

No alto das serras de Medellín se encontra a região de Guatapé e a represa do Penhol. Mas o mais impressionante é uma pedra enorme que corta a paisagem ao meio e dá uma das vistas panorâmicas mais incríveis que já vimos.

Saindo de Medellín pelo terminal norte você compra uma passagem para a Piedra ou Guatapé por 13000COP e segue viagem por aproximadamente 2h serra acima. Na última meia hora já é possível avistar a Pedra de longe rasgando a paisagem.

Há uma represa que a cerca e forma ilhas por todos os lados. Por aqui é possível fazer passeios de lancha. Como a pedra é a única zona alta nas redondezas próximas, não há teleféricos ou coisas do tipo e sim uma escadaria de 740 degraus construídos na própria pedra. Prepare joelhos, panturrilhas e coxas!

A entrada para subir custa 15000COP e não compre nada por lá, pois é mais caro. Se precisar comprar algo pra beber ou comer, faça-o na padaria ao lado do posto de gasolina onde o bus deixa a galera. Aqui cabem duas observações importantes:

– quando for comprar a passagem de ida, especifique que você deseja o bus que vai direto à Pedra (ou você acabará pegando um bus para a cidade de Guatapé e não para o ponto turístico);

– ao chegar no posto não aceite ir com os tuk-tuks. São 12000 COP de tuk-tuk, sendo que o sendero peatonal (pedestres), além de gratuito, te dará uma vista bem legal da Pedra e das ilhas. É subida e só construíram os primeiros degraus, o resto é terra.

Ao subir as escadas, você terá ponto a ponto uma vista melhor e depois de uns 20 minutos de degraus estará no topo! Certo que este passeio necessita da ajudinha do Sol e saiba que o clima aqui é ameno e fresco. A altitude é em torno de 2500m acima do nível do mar.

Caso vá em janeiro (férias escolares na Colômbia) e/ou final de semana, saiba que pode encontrar bastante gente visitando também. É que mesmo aos colombianos o lugar ainda tem ares turísticos recentes, pois há menos de uma década ele era ainda meio inacessível por questões que envolviam os cartéis e guerrilhas. Pablo Escobar, por exemplo, era dono de várias das ilhas e construiu casas e outras coisas para ele. Hoje o local respira paz e turismo.

Na volta compre o tíquete do bus no posto em que desceu. Quando retornar a Medellín à noite, terá uma vista muito interessante da cidade e suas luzes serra abaixo. Pelo fato de a cidade ser construída em uma espécie de “montanha invertida”, ao chegar no fim desse vale, à noite, você se verá cercado pelas luzes das casinhas acima de você.

Dias 10 e 11 – Fomos os primeiros brasileiros a desbravar a Casa no Ar!

Sabe aquele sonho de toda criança de passar uma noite em uma casa de árvore? Agora imaginem que, além de dormir em uma casinha de madeira nas alturas, é possível também relaxar ou tirar uma soneca em uma rede a mais de 80m do solo e, quando acordar, perceber que não é um sonho.

No norte da América do Sul, Colômbia, nas montanhas verdes do estado de Antioquia está Abejorral. Esta cidade fica a 2h30 de Medellín, e para chegar pega-se um ônibus no terminal norte (guichê 5) com destino a Abejorral, passando por Sta. Bárbara (é preciso avisar durante a compra que se irá descer em La Penha, cuja passagem é um pouco mais barata – vai sair cerca de 10000 Cop). Ao comprar logo avise ao motorista para descer na tienda 80 ou diga que vai para a Casa en el Aire.

Descobrimos tudo isso pesquisando em fóruns internacionais de viagem e depois entrando em contato diretamente com Nilton, dono da casa (niltonlopez20@hotmail.com). Aliás, uma dica para conhecer lugares não muito desbravados pelo turismo é pesquisar em várias línguas… E assim que a Carina descobriu a existência da casa, já foi planejando e trocando muitos emails com o Nilton. E depois da frustração que tivemos na cidade de Jardín (não conseguimos fazer o passeio planejado por falta de informações na internet e mesmo no terminal de ônibus de Medellín), aqui nosso passeio superou qualquer espectativa (e, assim como em Jardín, não havia muitas informações sobre a casa e sabíamos que havia a chance de as coisas não saírem conforme o planejado… mas ainda bem que deu tudo certo!).

Após descermos na tienda 80 já havia uma garotinha de 14 anos nos esperando. Perguntou se queríamos comprar algo na vendinha, mas já estávamos trazendo água e coisas pra comer.

Seu nome é Daiana, mora nas redondezas (só há sítios e gente de muita simplicidade aqui) e, junto ao irmão mais velho, ajuda quando pode a receber os viajantes. Um amor de menina, supersimpática e amorosa, que logo se tornou amiga nossa, principalmente da Carina. Logo que chegamos, fizemos uma caminhada de uns quinze minutos pelo mato (só subida) até um mirador de onde sai o canopy. A menina se ofereceu para ajudar com as mochilas e a Carina lhe deixou a câmera com zoom para que ela tirasse fotos da gente descendo no canopy, que se assemelha a uma tirolesa de 400m.

Fizemos o canopy e é bem gostoso e tranquilo, mas a Carina, que nunca tinha feito tirolesa, se adiantou e antes que o canopy parasse pôs a mão na roldana! Por sorte só um susto e uma beliscada no dedo, sem cortes nem nada… O problema maior foi ter de ir voltando boa parte do caminho com as mãos no cabo de aço para puxar o corpo até o final.  Após descermos do canopy, era hora de escalar uns 30m de pedra com ajuda do pessoal e das cordas. Por algum trauma de infância, para o Tück é a pior parte, pois lhe dá certa agonia quando já está escalando e sente que não tem onde pôr o pé! Estando por lá há trilhas a se fazer também, uma dentro da mata até o rio (onde se molha um tanto) e outra até o alto do Cerro San Vincent.

Ao subir… hora de conhecer a casa no ar! Ela é sustentada por cabos de aço e algumas escoras de madeira. O resto são várias tábuas de madeiras e telhas. Porém, por dentro, este Hostal é muito melhor que vários em que já ficamos, pois há cozinha com pia, fogão, banheiro, ducha, estante de livros, cobertores, balanço, armários, gavetas, varal, cabides, decoração e dez camas! Sim! Podem-se hospedar até dez pessoas ao mesmo tempo aqui, sempre lembrando que devem trazer água e comida. E desde o dia 20 de janeiro é possível acampar embaixo da casa, em uma zona de camping recém-montada.

Tendo combinado um valor mais alto por quarto de casal, descobrimos na hora que na verdade o valor era para que a casa fosse só nossa por uma noite! O difícil foi escolher a cama para dormir com tantas. Das dez, todas têm vista! Aliás, a varanda tem vista, a cozinha tem vista e o banheiro tem vista! A vista é para as montanhas de Abejorral e a Pedra em que se encontra a casa do Cerro San Vincent.

Feito o reconhecimento, fomos conversar com as duas famílias colombianas que tinham vindo passar a tarde na casa para fazer o canopy e o pêndulo. O que é o pêndulo? Bom… Você se prende em uma corda com mosquetes de rapel e pula do balcãozinho da casa (perto de uma das camas). O resto do nome é autoexplicativo e durante a brincadeira você pode fazer as poses de Vampiro, Pollo (frango) ou outras maluquices.

Batemos um papo superlegal com as duas famílias que hoje vivem em Medellín. Nos falaram sobre nossa próxima parada, San Gil, sobre futebol (são todos torcedores do Nacional de Medellín, clube que foi eliminado e eliminou o São Paulo nos últimos torneios sul-americanos). Futebol, aliás, é sempre bom pra quebrar o gelo – ainda mais no meu caso, Tück, que não sou muito fluente no espanhol. Gravamos, fotografamos seus pulos e mandamos por internet depois. Realmente, assim como os brasileiros, os antioquenhos são muito amáveis e receptivos! Quando estivemos em Bogotá sentimos um povo mais frio e desconfiado.

Nos despedimos dos novos amigos e da querida Daiana (que aproveitou para pular do pêndulo pela primeira vez) – ahh, o Tück de última hora também decidiu pular! Muito incrível! Era hora de relaxar nas hamacas (redes) lá no ar!

Com a ajuda do Alemão (falaremos dele e do Nilton no final) vamos com as roldanas até o meio do cabo de aço do canopy e lá mesmo nos penduramos em redes pra dormir! Carina deixou o Tück ir primeiro, porém, na vez dela, ao chegar lá nas alturas ficou temerosa no momento de preparar a rede (que exige um certo malabarismo no ar) e voltou! Bateu um certo trauma com o que acabara de passar na tirolesa! Sem crise. Voltou e aproveitou para fotografar e filmar a casa. Enquanto isso o Tück curtiu uma hora na rede até o anoitecer.

Quando voltou, escalou novamente pra subir na casa, já de noite. O valor que pagamos ainda nos dava direito a uma garrafa de vinho! Brindamos com o que havia para comer no armário: pão com atum, salgadinhos e bolachas que trouxemos. Uma taça para cada foi mais do que suficiente, pois não bebemos e o vinho nos dava caretas engraçadíssimas a cada gole! Ah, escolhemos um Cabernet Sauvignon chileno da região do Maipo apenas porque estivemos lá em 2014 (os outros vinhos eram espanhóis).

A casa possui luz, tomadas, pois é alimentada com energia solar. Há água também! Ela foi construída pelo Nilton, um alpinista colombiano, em 2012. Ele e seus companheiros provavelmente tiveram um trabalho e tanto! O que era pra ser como uma casa na árvore se tornou o único Hostal no Ar de que se tem notícia! Nilton é uma pessoa muito amável e simpática que conversou conosco por email e nos mostrou a casa quando chegamos!

Ele possui um empregado temporário chamado Alexsander. Ele é alemão, mas faz mais de 20 anos que saiu de lá! Passou um tempo na Argentina e desde então resolveu partir em uma superjornada sem prazos do Ushuaia ao Alasca, na base da carona e dos bicos. No Brasil, passou um tempo em Manaus e no logo partirá ao Equador! O Alemão, como é chamado, é uma pessoa muito gentil e prestativa, ajudando muito a todos nos rapéis e coisas do tipo. Aprendeu sobre isso na Áustria e depois na Colômbia, e com certeza entrará para o hall de alemães que conhecemos nessas viagens! Até hoje, todos de uma educação e simpatia sem tamanhos!

Após dormirmos num ambiente de silêncio e escuridão profunda, em que a vista extremamente estrelada do hemisfério norte nos acalantava (era possível ver o emaranhado de estrelas que formam nossa galáxia), acordamos com um céu lindamente azul, nos permitindo ver contornos e detalhes da paisagem que não pareciam ter tanta graça no nublado do dia anterior. Fizemos nosso café da manhã, separamos dois regalos para nossos novos amigos – um caderninho para o alemão e um estojinho de óculos do Brasil que a Carina usava mas deixou para a Daiana -, escrevemos nossa mensagem na porta de entrada e ficamos a ouvir algumas histórias da aventura de um germânico pelas Américas (passou muito perrengue na Venezuela).

Hora de ir embora, nos despedir, últimas fotos e nosso guia mais do que especial nos levou em um caminho de meia hora pelo mato até a tienda 80 para pegarmos a buseta até Medellín (voltamos ao hotel só para pegar as malas). Quem era ele? Negrito! Um cão superbacana que nos levou pelo caminho que não conhecíamos e esperou o bus com a gente!  Ganhou um pão e muito cafuné! Na hora de dar tchau, Negrito quis muito subir no ônibus, mas não pôde. Provavelmente um sentimento parecido com o que tivemos deixando a Casa en el Aire e o Cerro San Vincent para trás…

Dias 12, 13 e 14 – San Gil

Depois de ir para Abejorral, voltar para buscar as malas em Medellín, voltar para a rodoviária, pegar outro bus interminável… chegamos em San Gil!

Ficamos hospedados no hotel Miradores del Fonce, que fica ao lado da empresa de transportes que vai até o Cânion de Chicamocha… o hotel é simplesinho, mas até bem confortável para o preço que pagamos (cerca de R$ 44 por noite para o casal).

O cânion fica no meio do caminho entre as cidades de Bucaramanga (maior, mais modernizada) e San Gil (cidade menor e com várias empresas de turismo de aventura). Acabamos escolhendo San Gil por ter hospedagem mais barata também.

A entrada para o cânion, incluindo o teleférico, é 44000 COP. O lugar é muito, muito bonito, mas sentimos um pouco falta daquele sentimento de “desbravar” as montanhas. É tudo muito sinalizado, estruturado, cercado… um parque que acaba tirando um pouco o brilho da paisagem natural.

Há algumas lojinhas interessantes por lá (até uma lojinha que vende figuras de animes, sabe-se lá o porquê), inclusive uma praça de alimentação mais ou menos barata. Enfim, é um lugar bastante comercial… cercado por uma natureza encantadora.

Voltamos para San Gil e passamos mais uma noite no hotel… depois, antes de voltarmos a Cartagena, ainda tivemos tempo de conhecer o Parque El Gallineral. A entrada custa 6000 COP e é um lugar bonito (nada de espetacular, mas um lugar agradável). Havia muitos esquilos, algumas araras, lagartos e um rio com uma paisagem interessante por lá.

Dia 15 a 24 – Caribe! San Andrés y Islas Providência

Nossa última viagem de busão, de San Gil a Cartagena, não teve acidente… mas nosso ônibus quebrou, à noite, na curva… na beira do precipício! Depois do susto básico, só deu tempo de chegar a Cartagena e correr para o aeroporto… e de lá, rumo a San Andrés!

Passamos 4 dias em San Andrés, interrompidos ao meio pela nossa viagem à ilha de Providência. Fomos para Providência de teco-teco porque na ida o barco balança muito, pelo que ouvimos (só dá gente vomitando em uma viagem que pode chegar a 5 horas). Na volta é relativamente mais tranquilo ir de catamarã (mas, ainda que seja menos traumático, são 3 horas sentindo-se dentro de um liquidificador). De barco (R$ 150) é cerca de metade do preço do que ir de avião. Depende do quanto você quer economizar e do quanto quer sofrer :p Estávamos com medo do teco-teco (que é recauchutado da União Soviética, pelo que a Carina, que entende um pouco do alfabeto russo, conseguiu ler nas plaquinhas do avião), mas foi um voo de 15 minutos muito tranquilo e com uma visão linda da ilha! Recomendamos comprar com antecedência a passagem do avião e a do catamarã, seja de ida ou de volta… acabamos ficando 1 dia a mais na ilha por não conseguirmos vaga no barco na data que havíamos planejado.

Em San Andrés e Providência pagamos cerca de R$100-150 a noite nos hostéis (para um quarto de casal). Não ficamos nos hotéis top de linha, mas a hospedagem foi confortável e próximo de praias incríveis. Em San Andrés, recomendamos muito o The Rock House Hostel, onde ficamos  até nosso voo para a outra ilha. Os donos são supergentis e nos deram várias caronas de graça. Ficamos também no Blue Almond Hostel, que indicamos muito para quem quer fazer amigos (é bem esquema hostelzão mesmo, com pouca privacidade, mas com muita gente bacana). Já em Providência nos hospedamos próximo à ponte entre as duas ilhas, no Hostel Old Providence, que é muito confortável, mas com necas de wi-fi (apesar da propaganda dizer o contrário).

Em San Andrés, nossas dicas para economizar são:

  1. Vá de busão. San Andrés conta com ônibus em horários regulares, motoristas gentis… e é uma ilha! Ou seja, no máximo você vai parar em uma praia do Caribe se pegar o bus errado 😀 Não pagamos pelo aluguel dos usuais carrinhos de golf… achamos que pegar bus foi um ótimo jeito de nos misturarmos aos caribenhos e ver boa parte da ilha pagando menos de R$3 o percurso.
  2. Compre sua comida! San Andrés tem mercadinhos com um preço bem mais em conta do que os restaurantes… vale a pena dar uma procurada! No entanto, caso você queira conhecer um restaurante legal (com preço de qualquer lanchonete descolada de capitais brasileiras), recomendamos o Interstate 80´s, lugar temático para os saudosistas dos anos 80!
  3. Compre seu snorkel pelo Mercado Livre. Em San Andrés o snorkel vai ser caro e de qualidade ruim. E é uma das coisas mais legais que fizemos na viagem, na vida… conseguimos perseguir arraias, peixes coloridos, cardumes… tudo com uma visibilidade muito boa de equipamentos que compramos com pouco uso, ainda no Brasil.

Conhecemos praias incríveis em San Andrés, de cores que chegavam a doer nos olhos de tão azul, de tão verde… Não decoramos os nomes, pois íamos andando e parando naquelas que mais nos interessavam. O único passeio que pagamos foi o combinado Johnny Cay (praia com muitas ondas e MUITO cheia de gente) e Aquário/Piscinita (onde o snorkel valeu muito a pena).

Em Providência não há busão regular e fizemos tudo a pé. As praias são bonitas, mas pegamos algumas delas cheias de algas, e aí a cor da água acaba ficando mais escura. Na praia da Cova do Morgan fizemos snorkel e aproveitamos bem o mar rasinho.

O interessante de Providência é conseguir desfrutar o Caribe sem enfrentar praias um pouco mais cheias, como em San Andrés. No entanto, o que vai valer muito, mas muito mesmo a pena encarar teco-teco, catamarã e preços um tanto mais salgados que em San Andrés… é o indescritível Cayo Cangrejo. Nós não costumamos fazer lista de “lugares mais bonitos” que conhecemos, pois acreditamos que cada experiência é única… mas para o Cayo tivemos que abrir uma exceção. Sem dúvida é a praia mais bonita que já vimos (e, provavelmente, a que ainda vamos ver na vida). Abrimos outra exceção na nossa regra de viajantes em função dele: visitar 2 vezes um mesmo lugar. Na primeira fomos de barco, em um tour que sai regularmente da ponte que liga as ilhas… na segunda, em cerca de 20 minutos remando de caiaque (que foi mais barato que ir de tour e nos rendeu muitas horas e aventuras a mais).

Providência também nos rendeu cada pôr do sol que é difícil de esquecer… enfim, só amor pelo Caribe!

Dia 24 – Um pulinho no Panamá

Na volta para casa, ainda conseguimos aproveitar bastante a cidade do Panamá, com cerca de 5 dólares cada! Nossa conexão era de cerca de 6 horas, e foi mais que o suficiente!

Saímos do aeroporto e fomos direto para a parada de ônibus que fica em frente. Saímos perguntando qual ônibus nos levaria para o Casco Antiguo (centro histórico) e pagamos cerca de 50 centavos de dólar em uma viagem no Diablo Rojo. Esses ônibus antigos, que talvez saiam em breve de circulação no Panamá, são decorados de uma maneira bem característica… é tanto babado, luzes, enfeites, que o ônibus vira uma espécie de atração à parte.

Descemos em um centro meio vazio (era domingo de manhã) e fomos andando pelas praças, igrejas, ruas cheias de casarões… Apesar de ser bonito, tem um clima meio “para turista ver”… é só sair um pouco das ruas principais que você dará de cara com um ambiente bem mais precário urbanisticamente.

Ao lado do Casco Antiguo está a Cinta Costera, uma espécie de  parque amplo, arborizado e cercado pelo mar. Andamos bastante por lá, depois paramos em um shopping, comemos no McDonalds mesmo (cerca de 4 dólares) e fomos pegar um bus de volta ao aeroporto. Acabamos indo pegar o transporte na parada errada e o motorista, com dó da gente, deu uma carona de metrobus (um ônibus mais chique, com a/c e tudo) de graça… ou seja, menos de 5 dólares deu para nossa aventura no Panamá! Quem sabe não foi só nosso primeiro pulinho na América Central… se tudo der certo, em breve conheceremos mais esta parte das Américas!

2 comentários em “Mochilão Colômbia”

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